O bom senso

domingo, 25 de dezembro de 2011

Você pode perceber que tudo o que fez de bom na vida foi porque usou o bom senso. E o que é usar o bom senso? É investir na realidade. Toda vez que você usa o bem senso, numa situação qualquer que queira resolver, você consegue lidar bem com ela, porque está com os pés no chão. Ao contrário, quando você está emocionado, desesperado, nas ilusões, só faz bobagem. A frase “esfria a cabeça” é muito propícia para essas ocasiões. Esfriar a cabeça é usar o bom senso, o senso da Alma, é cair na real. O bom senso é o senso do bem. Aliás, o próprio raciocínio e a inteligência são guiados pelo bom senso.
Você só constrói alguma coisa no real. A realidade é boa. O que atrapalha é a fantasia ideológica, em que a realidade não é orientada para ser um instrumento de ajuda, mas um elemento de completa distorção. Quem organiza a realidade é a Alma. Quando você está na realidade, você está junto com a Alma organizando; quando você foge da realidade, mergulhando nas fantasias e ilusões, mais caos aparece em sua vida e nada se resolve.
Toda a solução só é possível no real
Fora dele, o resultado é caótico e doloroso, condizendo com as atitudes do orgulho. Quem adota a modéstia e o bom senso em sua vida está bem, porque trabalha na realidade.
A realidade não dói, mas a fantasia ideológica sim
Ai ai ai... Eu ME iludi!
Experimente fazer um exercício relembrando de uma situação em que você sofreu muito com a decepção, com a frustração, com a desilusão, com o desapontamento, com o desencanto, gerando revolta e mágoa. Verifique com você imaginava antes da ocorrência do fato marcante que desencadeou todo o sofrimento. Aposto, com cem por cento de certeza, que você nutria uma situação idealizada, imaginando que os fatos ocorreriam de determinada forma. Imaginava, imaginava, imaginava. Você sonhava, idealizava, queria porque queria que as coisas ocorressem conforme planejara. No entanto, como tinha que ser, chega a visita da realidade, provocando um choque com a ideologia, e então você despencou. Qual foi a sua primeira reação? “Eu não esperava isso... A realidade que me decepcionou... Ela é cruel... A pessoa é má... O mundo é atrasado... A vida é dura... Eu sou vítima deles... Estou magoado e ferido... “ Mas a Vida É real. Foi SUA ilusão que causou tudo. A dor da decepção permanecerá enquanto você ficar do lado de suas fantasias ideológicas.
Vamos supor que você não tivesse ideia alguma, que não alimentasse nenhuma ilusão, que não esperasse nada das pessoas, do mundo, mesmo porque cansou-se de se iludir, de sofrer, de esperar que os outros sejam e ajam de acordo com SUAS expectativas. Você certamente descobriria a verdade das pessoas, e acharia naturais seus comportamentos. Descobriria um jeito próprio de lidar com elas e com o mundo, sem se machucar. Então, valendo-se de sua criatividade, conseguiria tirar vantagens do ocorrido e perceberia como a realidade é boa e como você, com suas ilusões, só cultiva o sofrimento.
Para esses casos, recomendamos o seguinte procedimento:
  • Primeiro, lembre-se do fato.
  • Segundo, procure perceber com clareza as ideias e ilusões do tipo: ‘espero que a pessoa seja assim, assim...; que aja de tal forma comigo; que ela me...; se ela fizer assim, vou me sentir...’
  • Terceiro, qual foi a realidade que o chocou?
  • Quarto, tire a culpa da realidade e a coloque nas ilusões.
  • Quinto, desvalorize as ilusões e perceba como se sente.
A origem de tanto sofrimento é a ausência da realidade, do pé no chão. É estar inteiramente tomado pela ideologia fantasiosa de como planejou, de como imaginou que seria... Então, surgem os porquês dramáticos. Não há nada mais ilusório do que um porquê. Por que isso aconteceu comigo? Por que não evitou isso, aquilo? Por que fiz ou não fiz dessa ou daquela maneira? Por que tenho que passar por isso? Por que só acontece comigo? Por que?
A realidade é fácil, boa, fértil e realizadora.
A ideologia é caótica. VOCÊ SÓ SE REALIZA NO REAL
EU crio a minha vida. EU CRIO!
A realidade é feita pelas crenças e atos individuais. CADA UM vem criando SUA PRÓPRIA realidade, tendo ou não consciência disso. Não importa se as crenças são ilusões ou verdades. Se as crenças forem ilusórias, sustentadas em ideologias fantasiosas, a realidade será ilusória, falsa e dolorosa. Se forem sustentadas em verdades, a realidade será verdadeira, boa e espiritual. Vimos que a Alma é que nos dá o senso de realidade, a realidade verdadeira. Portanto, assim como a Alma tem o senso que cria a realidade boa, nós também criamos com nossas crenças distorcidas a realidade trágica.
Realidade falsa e realidade verdadeira
Muitos confundem SUA realidade com a DA COLETIVDADE, ou do senso comum. Isso se deve ao fato de terem crenças e atitudes parecidas, fazendo com que as realidades também sejam próximas, levando-os a crer que há uma única realidade, geralmente dura e difícil. Não tiramos sua razão, porque algo que tem como fundamento ilusões só pode dar em desilusões. Algo que você tem como causa fantasias só pode ter com consequência o vazio. Algo que se sustenta em ideologias, só pode terminar em conflitos com a Natureza, portanto, sofrimento.
É muito simples: se sua realidade está sendo boa, aquela que tem a ver consigo, significa que você está se valendo dos sensos de sua Alma para criá-la. Caso contrário, você está se baseando em ilusões, fantasias e idealizações. É por essa razão que quanto mais você investir na SUA individualidade, nos sensos da Alma, na sua Natureza, mais você emergirá da coletividade, adquirindo cada vez mais liberdade, mais prosperidade, mais realização, mais maturidade, será detentor de uma carga de energia cada vez mais refinada, o que lhe garantirá sensações agradáveis e felicidade. Uma das características do senso comum é a prevalência de energias densas.
Felizmente, as realidades individuais não consistem apenas de ilusões, mas também de parte do senso da Alma. Por isso, muitos levam uma vida relativamente agradável. Já outros encontram aspectos mais negativos. Tudo depende de proporção de contribuição da realidade individual. Sem dúvida, o plano origina da Natureza em nós é que utilizemos cem por cento do senso da Alma na criação de nossa realidade, para atingirmos o que chamamos de realização plena.
Você põe a sua felicidade nas mãos dos outros?
Você assume a responsabilidade de ordenar a sua vida?
Ninguém consegue mudar ninguém, a não ser que o outro queira
Existe uma lei na Metafísica que diz: semelhante atrai semelhante, para poderem se ver, se perceber, experienciar, tomar consciência, mudar e evoluir.
Quando você largar a dramaticidade, o papel de vítima, quando você fizer valer A SUA VONTADE deixando de ser uma pessoa  tão submissa, quando SE responsabilizar pela criação de sua realidade, quando ficar mais como os pés no chão, com toda certeza perceberá os sensos de sua Alma, que possibilitarão a criação de uma realidade nova e verdadeira, A SUA REALIDADE espiritual. Quando a pessoa encontra a modéstia de ser responsável por si mesma para se sentir bem, descobrirá sua realidade verdadeira e, então, a Vida se encarregará do resto.
Há aqui um evento que precisa ser levado em consideração. Para a Vida não importa o nascimento e a morte. Pelo fato de sermos eternos, Ela considera tanto o nascimento como a morte experiências com outras quaisquer. SE para resolver uma situação a morte for necessária, é desse expediente que a Vida irá lançar mão. Ao ir para o astral a pessoa continuará vivenciando a mesma realidade que tinha aqui. Se lá ela continuar com os mesmos procedimentos daqui, na próxima vida continuará criando a mesma realidade ilusória. Ou seja, enquanto a pessoa não fizer a parte dela, ela não melhorará.  Não importa há quanto tempo ela vem repetindo as mesmas crenças e atitudes, criando a falsa realidade. No momento em que a pessoa SE PROPUSER A MUDAR, sua realidade também começará a mudar.
Luiz Gasparetto, “Revelação da Luz e das Sombras”.