Os fenômenos do sonho e da observação plena são coisas totalmente diferentes. Basta fazer uma experiência: toda noite, ao se deitar, quando estiver meio dormindo, meio acordado, caia lentamente no sono enquanto repete para si mesmo: "Eu serei capaz de me lembrar do que estou sonhando."
Continue repetindo isso até cair no sono. Levará alguns dias, mas chegará um momento em que você ficará surpreso: depois que essa ideia tiver entrado profundamente no seu inconsciente, você conseguirá observar o sonho, sabendo que não passa de um sonho. Daí em diante ele não terá domínio sobre você.
Lentamente, à medida que seu poder de observação se aguça, os sonhos vão começar a desaparecer. Eles são muito tímidos; não gostam de ser observados. Só existem nas trevas da sua inconsciência. Quando a atenção plena traz luz a essa inconsciência, eles começam a desaparecer.
Continue, portanto, a fazer esse mesmo exercício e você acabará livre dos sonhos. E você ficará surpreso: livrar-se dos sonhos é algo que tem muitas implicações. Se os sonhos desaparecerem, durante o dia o diálogo mental será menor do que costumava ser.
Em segundo lugar, você ficará mais no presente — não no passado, nem no futuro. Em terceiro lugar, sua intensidade, sua totalidade de ação aumentará.
Sonhar é uma doença. Só é necessário porque o homem está doente. Mas, se conseguir se livrar completamente dos sonhos, você conquistará um novo tipo de saúde, uma nova visão.
E parte de sua mente inconsciente ficará consciente, de modo que você terá uma individualidade mais forte. Faça o que fizer, você nunca se arrependerá, pois terá feito com tamanha consciência que o arrependimento será irrelevante.
A atenção plena é a maior mágica que você pode aprender, pois ela inicia a transformação de todo o seu ser.
Osho, "Consciência: A Chave para Viver em Equilíbrio".