Pergunta a Osho:
Osho, por que você sempre nos diz para sermos felizes, se, antes da iluminação, a pessoa tem de chegar a um pico de dor e angústia?
Se eu não lhes disser para serem felizes, vocês jamais alcançarão o pico da dor e da angústia. Eu vou lhes dizendo para serem felizes, e, quanto mais eu digo "Sejam felizes", mais vocês ficam cientes de sua infelicidade.
Quanto mais você me ouvir, mais descobrirá a angústia surgindo. Este é o único modo de torná-lo infeliz — continuar constantemente obrigando-o: seja feliz! Você não pode sê-lo, então sente a infelicidade à sua volta.
Mesmo o que você supunha ser felicidade, até aqueles pontos desaparecem, e você se sente absolutamente sem esperança. Até mesmo a felicidade momentânea desaparece e o deserto fica completo. Todas as esperanças e todos os oásis desaparecem.
Mais eis onde o salto acontece. Quando você está realmente infeliz, totalmente infeliz — sem nem mesmo um raio de esperança —, de repente você abandona toda a infelicidade. Por quê? Por que isso acontece?
Acontece porque a infelicidade não está agarrada a você; você é que está agarrado à infelicidade. Uma vez que sente a angústia total disso, você abandona tudo — não há ninguém para carregar aquilo para você.
Mas você jamais sentiu a infelicidade tão intensamente: esteve sempre meio morno. Você sente um pouco de infelicidade, mas sempre existe uma esperança para o futuro: amanhã vai haver felicidade — um pequeno deserto, mas o oásis está ficando mais perto. Através da esperança você vai indo. Através da esperança, a in-felicidade permanece.
Todo meu esforço é para matar a esperança, para deixá-lo em tão total escuridão que você não possa permitir nenhum sonho nunca mais. Uma vez que essa intensidade chegue a cem graus, você evapora.
Então, você não pode carregá-la nunca mais; de repente, seja qual for o nome que você lhe dê — infelicidade, ego, ignorância, qualquer nome que queira dar —, ela cai.
Osho, "Palavras de Fogo: Reflexões Sobre Jesus de Nazaré".