Quanta falta de respeito há na família. Acho que não tem lugar em que a gente é mais desrespeitado do que na família. Filho acha que é dono dos pais. Quer mandar na vida emocional, na vida sexual, na vida econômica deles. E os pais, bobos, dão muita confiança em vez de botar cada um no seu lugar para que haja o respeito. Os pais são responsáveis, porque deixam passar da linha.
Mas são os pais também que, às vezes, invadem, que não tem noção do respeito que temos que ter com os outros. Os pais se metem na vida dos filhos, querem resolver os problemas que só mesmo os filhos tem que resolver. Um dá palpite na vida do outro, no modo de ser do outro. Vai ficando aquela energia ruim em casa, que vai atraindo outras energias negativas e aquilo vai somando, pesando no lar. As pessoas então vão arrumando problemas de saúde, de negócios.
Não é porque é seu irmão, seu filho, seu marido ou sua esposa que você tem direito de falar como fala, de transgredir. Pode achar que você não precisa se controlar, que não precisa aprender a se educar, que em casa, você pode fazer o que quer.
Na verdade, você até pode, porque a casa é sua. Mas só que vai arcar com as consequências quando as pessoas invadirem e se meterem na sua vida, quando os espíritos desencarnados, malandros, sem-vergonha, sentirem que podem entrar na sua casa, porque as portas estão abertas. E que vão infernizá-lo, com a influência que eles podem ter. Às vezes maior, às vezes menor. Depende da capacidade do espírito e também do seu desequilíbrio.
Fica se perturbando, exigindo isso ou aquilo, sem saber que só pode exigir o que está no seu direito? Às vezes, você interpreta que tem direito de exigir isso e aquilo do parceiro ou da parceira sem olhar a realidade e ver que ela ou ele não tem condições, não pode dar mais do que dá, não está numa fase com capacidade.
Conselho é bom, mas só quando é pedido. Orientação também, mas só quando é permitida. De resto, é palpite, é meter o bedelho na vida dos outros.
Calunga, "Um Dedinho de Prosa".