Aceite-se ou Sofra (2)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aceite-se essa é a oração.
Aceite-se essa é a gratidão.
Relaxe internamente.
É dessa maneira que Deus “queria” que você fosse. Ele não queria que você fosse de outro jeito; do contrário, teria feito você diferente. Ele fez você como você e como ninguém mais. Tentar se aprimorar é basicamente tentar aprimorar a Deus o que é uma idiotice, e você vai ficar cada vez mais louco nessa tentativa. Não vai chegar a lugar nenhum; simplesmente terá perdido uma grande oportunidade.
Deixe que essa seja a sua cor a aceitação. Deixe que essa seja a sua característica a aceitação, a completa aceitação. E então você ficará surpreso: a vida está sempre pronta a derramar as suas bênçãos sobre você.
A vida não é sovina; a vida sempre dá em abundância mas não podemos receber essa abundância porque não sentimos que merecemos recebê-la. É por isso que as pessoas se apegam às desgraças, elas se acomodam à sua programação.
As pessoas continuam se punindo de mil e uma maneiras sutis. Por quê? Porque isso se encaixa no seu programa.
Se você não é como deveria ser, terá de se punir, terá de criar sofrimentos para si mesmo. É por isso que as pessoas se sentem bem quando são sofredoras.
Deixe-me dizer uma coisa: as pessoas ficam contentes quando são sofredoras; elas se tornam muito, mas muito inquietas quando estão felizes. Isso foi o que observei em milhares e milhares de pessoas: quando elas são infelizes, tudo está como deveria ser. Elas aceitam a situação essa situação de infelicidade se enquadra no condicionamento, na mente delas. Elas sabem o quanto são horríveis, elas sabem que são pecadoras.
Disseram-lhe que você nasceu no pecado.
Que estupidez!
Que absurdo!
O homem não nasce no pecado, mas na inocência.
Nunca houve nenhum pecado original, a única coisa que houve foi a inocência original. Toda criança nasce na inocência. Nós fazemos com que se sinta culpada começamos a dizer: "Assim não pode ser. Você deve ser deste modo." 
E a criança é natural e inocente. Nós a castigamos por ser natural e inocente e a recompensamos por ser artificial e esperta. Nós a recompensamos por ser falsa todas as nossas recompensas são para as pessoas falsas. Se alguém é inocente, não lhe damos nenhuma recompensa; não temos nenhuma consideração para com essa pessoa, não temos nenhum respeito por ela. O inocente é condenado, o inocente é considerado quase como um sinônimo de criminoso. O inocente é considerado tolo, o esperto é considerado inteligente. O falso é aceito o falso se encaixa na sociedade falsa.
Então, toda a sua vida não passa de um esforço para criar cada vez mais punições para si mesmo. E tudo o que você faz é errado; então você tem de se punir por todas as alegrias. Até mesmo quando a alegria vem a despeito de você mesmo, lembre-se, quando a alegria vem a despeito de você, quando às vezes Deus simplesmente se choca contra você e você não pode evitá-lo imediatamente você começa a se punir.
Algo deu errado como isso pôde acontecer a uma pessoa horrível como você?
Na noite passada, um homem me perguntou:
"Osho, o senhor fala sobre o amor, o senhor fala de dar o seu amor. Mas o que eu tenho para dar a todo mundo?"
Ele quis saber:
"O que eu tenho para oferecer à minha amada?"
Essa é a ideia secreta de todo mundo: "Eu não tenho nada."
O que você não tem?
Ninguém lhe disse que você tem todas as belezas de todas as flores porque o homem é a mais bela flor desta terra, o ser mais evoluído.
Nenhum pássaro pode cantar a canção que você é capaz de cantar; o canto dos pássaros não passa de ruídos, embora ainda assim seja lindo porque vem da inocência. Você pode cantar canções muito melhores, de maior importância, com muito mais significados.
Mas você pergunta: "O que eu tenho?"
As árvores são verdes, belas; as estrelas são belas e os rios são belos mas você já viu algo mais belo do que o rosto humano?
Você já se deparou com algo mais belo do que os olhos humanos?
Em toda a terra, não existe nada mais delicado que os olhos humanos nenhuma rosa pode competir com eles, nenhum lótus pode competir. E que profundidade!
Mas você quer saber: "O que eu tenho para oferecer no amor?"
Você deve ter vivido uma vida de condenação de si mesmo; você deve ter-se depreciado, sobrecarregando-se de culpas. Na verdade, quando alguém o ama, você fica um tanto surpreso. "Quem... eu? Uma pessoa me ama?"
A ideia surge na sua mente:
"É porque ela não me conhece. É isso. Se vier a me conhecer, se me observar melhor, ela nunca me amará."
E assim os amantes começam a se esconder uns dos outros. Eles guardam muitos segredos, não abrem os seus segredos porque têm medo de que, no momento em que abrirem o coração, o amor irá desaparecer porque não conseguem se amar, como podem imaginar que alguém os ama?
O amor começa com o amor por si mesmo.
Não seja egoísta, mas satisfeito consigo mesmo e essas são duas coisas diferentes. Não seja um Narciso, não seja obcecado por si mesmo mas o amor por si mesmo é um dever, um fenômeno básico. Apenas quando parte desse pressuposto é que você pode amar alguém.
Aceite a si mesmo, ame a si mesmo; você é uma criação de Deus. A assinatura de Deus está em você e você é especial, único.
Ninguém mais nunca foi como você e ninguém mais jamais será como você é simplesmente único, incomparável. Aceite isso, ame isso, celebre isso na própria celebração você vai começar a ver a singularidade dos outros, a incomparável beleza dos outros.
O amor só é possível quando existe uma profunda aceitação de si mesmo, do outro, do mundo. A aceitação cria um ambiente em que o amor prospera, o solo em que o amor viceja."
Osho.