Uma ocasião eu citava Morarji Desai, que disse só ter uma ambição na vida: conhecer Deus e alcançar as alturas da verdade. Que mal Deus fez a Morarji Desai? Por que ele quer ir atrás de Deus? Não é suficiente ser ele mesmo?
Será que alguém tem que conhecer Deus? Por quê? Para quê? E o que você vai fazer mesmo que conheça Deus? Vai continuar tão tolo quanto é agora. E, mesmo que venha a se encontrar com Deus, o que vai fazer? Vai dizer: "Olá, como vai o senhor? Que tempo bom, não é?". E o que mais?
O que você vai fazer, afinal? Ao conhecer Deus, você não vai conhecer a si próprio. E uma pessoa ignorante que não conhece a si própria... como pode conhecer Deus?
O autêntico buscador nada tem a ver com Deus; ele quer conhecer a si próprio. Esta é a coisa mais fundamental — conhecer a si próprio —, porque a partir daí vem todo o conhecimento, toda a luz.
Se um indivíduo conhecer a si mesmo, ele conhecerá Deus também. Na verdade, só quando o indivíduo conhece a si mesmo ele é que ele se torna capaz de conhecer o supremo, porque bem no âmago de seu ser o supremo está presente.
Mas os religiosos dizem: "Conheça Deus! Tente experimentar Deus!". Essa é, como eu já disse, uma estratégia, a mesma estratégia para desviar você de si mesmo.
E essas pessoas como Morarji Desai pensam que são religiosas, mas não são nem um pouco. A pessoa religiosa só tem um anseio... e, lembre-se, não é uma ambição, é um anseio.
E há uma diferença tremenda entre ambição e anseio. Ambição é da mente, anseio é do coração. Pertencem a centros diferentes.