Certa vez, existiu uma alma que sabia que era a luz. Sendo uma alma nova, ansiava por
experiência. "Eu sou a luz", dizia repetidamente. Mas todo o seu conhecimento e todas as suas palavras não podiam substituir “a experiência de ser” a luz. E na esfera onde essa alma surgiu, só havia luz. Todas as almas eram sublimes e magnificentes, e irradiavam o brilho da Minha grande luz. E por isso a pequena alma em questão era como uma vela sob o sol. No meio da luz maior - da qual era parte - não podia ver a si mesma, experimentar-se como Quem Realmente Era.
Acontece que aquela alma desejava muito conhecer a si mesma. Tão profundo era esse seu desejo que um dia Eu lhe disse:
- Você sabe, Pequena Alma, o que deve fazer para satisfazer o seu desejo?
- Ah, o que, Deus? O quê? Eu farei qualquer coisa - disse ela.
- Deve separar-se do restante de nós - disse Eu - e então evocar a escuridão.
- O que é a escuridão, ó Santíssimo? - perguntou a pequena alma.
- O que você não é.
E a alma compreendeu. Afastou-se do todo, chegando a ir até outra esfera. Nela, teve o poder de experimentar todos os tipos de escuridão. E o fez.
Contudo, no meio daquelas trevas, gritou:
- Pai, Pai, por que me abandonastes?
Vocês têm feito isso em seus momentos mais difíceis. Entretanto, eu nunca os abandonei. Estou sempre ao seu lado pronto para lembrar-lhes Quem Realmente São; para chamá-los de volta ao lar.
Por isso, sejam uma luz na escuridão, e não a amaldiçoem. E não se esqueçam de Quem São no momento em que forem rodeados pelo que não são. Mas louvem a criação, mesmo quando tentarem mudá-la. E saibam que aquilo que fizerem no seu momento de maior sofrimento poderá ser a sua maior vitória. Porque a experiência que criam é uma afirmação de Quem São - e de Quem Desejam Ser.
Neale Donald Walsh, “Conversando com Deus -vol. 1”.