REJEIÇÃO DE SI MESMO

terça-feira, 6 de março de 2012

É VOCÊ quem cria! O que é, É!
A maior prova da rejeição de si mesmo é o sentimento de desacordo interior, é o tormento de não se entender.
Minha gente, nós temos que procurar a compreensão da vida vencendo o desafio que carregamos dentro de nós, que é decifrar todos os nossos enigmas e responder a todas as nossas interrogações.
É preciso dominar o nosso instinto, entender que a nossa individualidade está sempre acima de valores coletivos e reclama o seu espaço, o seu direito de existir.
As informações que recebemos durante toda a nossa vida, a "educação" que nos jogaram cabeça a dentro, foram mascarando a nossa percepção de convívio social, foram massacrando as nossas necessidades individuais, até que passamos a acreditar que somos todos iguais, que somos um bando seguindo para a mesma direção. E sabe lá Deus em que direção!
Pois é, a igualdade até que existe diante da vida, frente ao direito de viver neste planeta, frente aos direitos humanos. Mas no que diz respeito à natureza do ser, cada um é cada um, cada um é um universo rico em diversidade.
Mas vocês aí não sabem - ou não querem - pensar de forma individual, olhar e sentir as suas individualidades e compreender que essas suas diferenças são naturais e que chamam pelo seu exercício.
A natureza não cria cópias para que não haja equívocos, para que as duplicidades não invadam espaços exclusivos. Mas vocês, com medo de assumir as suas diferenças, se agrupam na mesmice de ideias e comportamentos, buscando a segurança dos iguais.
Será que vocês pensam que ser diferente é ser anormal?
Que nada, minha gente, a natureza também não separa nada em certo e errado, em normal e anormal.
O que existe é apenas a sensação do erro residindo na sua cabeça, já distorcida por valores que até você às vezes se pergunta de onde os tirou, não é?
Na verdade, a grande parte do sofrimento da gente vem da negação do entendimento da nossa naturezaA gente quer ser qualquer coisa assim, mais ou menos assado, parecida com aquela, ter o que a outra tem, e não percebemos que estamos nos negando.
É o eterno conflito para nos harmonizar com a nossa própria verdadeÉ aquela pessoa que quer ser assim, muito mais isso e menos aquilo mas não está entendendo o principal, não está entendendo que a natureza dela não serve para essas coisas, não nasceu para essas coisas.
“Não adianta corrermos atrás daquilo que desejamos ser quando não temos vocação para sê-lo”.
Você não quer ser o que é, não é?
Nega-se, não se aceita, inveja o outro e o que pertence ao outro. Você não faz as coisas do seu jeito natural e continua a seguir o modelo que aprendeu com os outros, com a sociedade, com as instituições, com o que se convencionou como certo.
No entanto, a sua natureza tem um outro jeito. O seu coração (não a sua cabeça social) deseja outras verdades. Verdades estas que você não acredita e tem até medo de aceitar como suas. Mas quando você se defronta com estas diferenças, quando você percebe que o seu desejo é percorrer outros caminhos, a sua sensação é de medo.
Então você já entra em conflito, começa a forçar a sua natureza para mudar aqueles pensamentos, quer tomar outra atitude, a atitude convencionada pela maioriaDaí então é que eu digo que vocês são ainda fruto daquilo que vocês pensam, daquilo que vocês insistem em acreditar com a cabeça coletiva, com o intelectual.
Por que não atentar para aquilo que sente na alma e compreender a sua natureza com mais cuidado, com mais atenção?
O homem não está adaptado a conviver com as suas intimidades e impõe a si mesmo uma carga de obrigações contrárias à sua individualidade. Toma atitudes contra a sua vontade, sem disposição e sem necessidade de alma. Deixa o seu centro para ir pelo dos outros.
O homem se contraria muito, força a sua natureza, cria deformidades interiores, tudo em nome de valores sociais, em nome do medo de ser diferente. Por isso, minha gente, há tantos desajustados por aí. E o pior é que são desajustados cheios de boas intenções, acreditando em verdades que apenas os levaram ao sofrimento.
São pessoas resultantes da aculturação e da doutrinação, que não tiveram o cuidado e nem a coragem de questionar o conflito entre sua alma e o seu intelectoSão pessoas que se entregaram à lavagem cerebral feita por outras pessoas que as queriam dominadas, adaptadas a um modelo de falsa moralidade e ao pensar de um só jeito, para uma só direção.
São pessoas induzidas a atrofiar o discernimento, a atrofiar o livre-arbítrio, transformados em um bando de gente desnorteada, olhando sempre em volta, para fora, nunca olhando para dentro de siEnfim, são pessoas que perderam o senso de observação independente e abdicaram da sua relação com a inteligência da natureza e com a sua própria essência.
Este é o retrato do ser humano que se tornou temporariamente cego. Esta cegueira que dói, porque sem entendimento a vida não tem opção: é o desencontro, é a loucura, é a dor e é a doença.
Observem, avaliem, confrontem, comparem.
Assumam as suas diferenças individuais e acreditem que na natureza, na sua íntima natureza, nada de errado existe.


Calunga, “Fique com a Luz...”