O primeiro ponto que lutamos para esquecer é que esta posição ‘confortável’ que temos na vida, este estar numa casa, com comida, cercado de distrações, tudo isto, é de uma ilusão ímpar.
Para manter tudo isso temos que de alguma forma doar nossa energia a este sistema. E dia após dia, a tal “luta pela sobrevivência” pode nos tirar a energia da vida, pouco a pouco, nos sugando. Este nosso primeiro desafio, aprender a responder as demandas do meio sem nos destruirmos para isso. Isso não é uma metáfora.
MATRIX não é mera metáfora, é descritiva da condição humana.
Apenas a realidade é pior, pois nossos dominadores, a espécie predadora que nos pastoreia é uma espécie consciente de si, com toda a complexidade que a vida consciente de si é capaz de gerar.
A mente que usamos no nosso cotidiano é a prisão.
Esta mente não é nossa. É uma instalação ‘alienígena’ no mais puro sentido dessa palavra. E é através dela que nossos pastores nos mantém em seu rebanho aguardando a tosquia 'sazonal’ e ao final a degola.
Portanto é claro que uma parte de nosso ser vai gritar que isso é viagem pura. Tolice sem par, coisa sem sentido e quando menos percebermos já vamos estar pensando em outra coisa, querendo ir a algum lugar, uma ansiedade brota no peito e nos dissipamos, deixamos de ter foco na principal questão.
A mente que usamos normalmente é uma instalação . O segredo é que podemos ir além dela e então vamos nos libertar, ganhando como bônus tal instalação. Essa mente gera uma relação com a realidade estática: temos ‘uma’ realidade apenas, um mundo no qual ficamos fixos.
O corpo humano metaboliza a energia telúrica e a energia do sol. Também as energias estelares e planetárias são processadas pelo corpo, mas em doses mínimas, pois o tipo de limitação perceptual ao qual estamos presos, nos impede de perceber plenamente as energias cósmicas que incidem sobre nós, tanto quanto a luz do sol.
Físicos sabem que neutrinos passam por nós a todo instante e por vezes se surpreendem quando em seus experimentos partículas vindas do espaço, que chama de raios cósmicos, atravessam anteparos e afetam seus experimentos.
Nós recebemos energias das mais diversas em nossos corpos. Ao metabolizarmos estas energias inconscientemente, respondemos com emocionalismos ou pensamentos a tais “estímulos”.
Assim, racionalismos e emocionalismos, nos levam a agir e agindo acreditamos que estamos fazendo, quando na realidade está tudo acontecendo; estamos apenas respondendo ao que os astros, nossas influências genéticas, a alma coletiva da Terra, o tonal dos tempos e tantos outros fatores, em nosso mundo, nos levam a fazer.
E enquanto apenas respondemos mecanicamente, nossa energia é levada embora.
Sim, a energia destinada a fazer de nós navegantes da Eternidade, exploradores dos mistérios da existência, não em teoria ou filosofismos, mas na prática, numa viagem empolgante pelos mistérios da existência, esta energia é sugada e levada embora para alimentar seres de ‘outro mundo’.
E nós nos limitamos a este mundo, a este tempo, crendo que os objetivos reais da vida é ter o carro do ano, ter status, representar papéis para ser querido(a) e aprovado(a) pelo meio, etc., etc., etc.
Com a desculpa que mais tarde teremos tempo para nós, passamos a vida “correndo atrás” de uma das formas de prisão desse sistema.
"O Dinheiro".
Dinheiro é um meio, mas quando ele se torna um fim em si mesmo, passamos a colocar toda a energia nele, na sua busca.
Assim vive a maior parte do mundo, preocupado(a) com dinheiro, atrás de dinheiro. Mas o dinheiro é algo simbólico, não tem valor em si. Portanto, colocamos uma energia tremenda em algo que em si não tem valor. Para onde vai essa montanha de energia que dedicamos ao "dinheiro"?
‘Deus’, no sentido que este termo “foi construído” nessa cultura dominante, e ‘Dinheiro’ são os dois conceitos vazios aos quais a maior parte da humanidade dedica sua energia. E dedicando sua energia a conceitos vazios em si esta energia acaba indo para “algum” lugar.
Temos que nos recordar que somos ‘tigres’ criados entre ‘ovelhas’ e por isso deturpados em nossa realidade.
Urge que despertemos para nossa real condição, urge que voltemos, discreta e sobriamente, a nossa realidade essencial.
Esse é o começo de tudo para quem busca a Liberdade: deixar o rebanho e fazer isso com tal sutileza que ninguém perceba o fato.
Júlio César Guerrero.