Pelo ‘Pecado’ até as Estrelas (4)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Os relacionamentos irão passar por grandes transformações. Uma vez que tenhamos evoluído para a integridade, equilíbrio e completude, não existe forma de nós aceitarmos a imposição sobre nós da marca do outro. A integridade celebra sua individualidade única e recusa ser um clone de outro.
Eu ouço as pessoas falarem sobre a necessidade do amor incondicional e elas inclusive fazem palestras de como isto é importante. Mas elas não vivem isso em si mesmas. Seu amor pessoal é ainda condicional ao outro se conformar com a sua marca.
Amor incondicional é um estado de ser que irá transformar o mundo. Mas apenas se nós pararmos de apenas falar sobre ele e começarmos a viver o que nós dizemos. Igualmente vital, ele apenas irá acontecer se nós permitirmos todos viverem o amor incondicional, sem moralizações ou procurando apavorar e embaraçá-los para se conformarem ao comportamento de um outro.
Chegamos ao grande destruidor de relacionamentos e o principal criador de sofrimento emocional: as expectativas. Nós passamos nossas vidas pensando que nós estamos vivendo no presente, quando na verdade nós estamos vivendo no passado e no futuro. Existem aqueles que acreditam que o passado, presente e futuro estão acontecendo ao mesmo tempo e eu concordo com isso, mas eles estão acontecendo em vibrações diferentes. Nós precisamos decidir em qual dessas vibrações nós desejamos ocupar. Nós vivemos no passado por causa da culpa e ressentimento em que nos mantemos e nós vivemos no futuro porque temos medo do que está por vir. As expectativas também nos mantém, mentalmente e emocionalmente, no futuro. O tempo todo nós temos expectativas sobre o que vai acontecer, como uma pessoa vai se comportar, o que eles irão fazer e dizer. E então, quando aquela pessoa não reage da forma que nós esperávamos, nós ficamos desapontados. É a pessoa que cria as expectativas que cria o desapontamento subsequentes. Este desapontamento é causado por alguém não se comportando de acordo com as expectativas criadas por outra pessoa. Se não existissem expectativas, não haveria desapontamentos. E sem expectativas nós acabamos vivendo no presente, não no futuro, e nós gozamos cada momento como ele acontece, sem destruir aquele prazer com o desapontamento das expectativas não realizadas. Expectativas = desapontamentos. Não-expectativa = viver cada momento naquele momento.
Se você entra em um relacionamento com expectativas, sexuais ou outras, você quase certamente irá ficar desapontado porque as pessoas não são clones de nossas expectativas delas. Por que elas deveriam ser? Que arrogância nós exigirmos que as pessoas sejam o que nós esperamos que elas sejam, ao invés de elas expressarem aquilo que elas realmente são. Se nós amarmos alguém incondicionalmente, sem exigir que elas preencham nossas expectativas, o relacionamento toma uma dimensão totalmente nova e torna-se muito mais estável e permanente. Medo da alternativa é o que mantém a maioria dos relacionamentos entre pessoas. No entanto, o medo irá diminuir ao trilharmos o caminho em direção à integridade e à Unicidade, o que deverá aumentar o número de rompimentos de casamentos.
Um dos grandes obstáculos para nos expressarmos de forma verdadeira é o desejo de não magoar alguém. Nós suprimimos nossos sentimentos porque nós desejamos evitar a ferida emocional que nós sabemos que nossas ações podem causar. Isto é aplicável a relacionamentos de qualquer tipo. Suprimir nossa situação única com uma torrente de regras, regulações e certezas morais absolutas é suposto proteger a sociedade da violência e do crime quando, de fato, isto está causando-os.
O ponto básico é este: é a sua intenção magoar alguém? Não, claro que não. Você está apenas sendo você e indo para onde o seu coração o está levando. Se você suprime isso você está permitindo que sua vida seja controlada pelas atitudes de outra pessoa e não por você próprio. Você torna-se um fantoche nas cordas das crenças e emoções de uma outra pessoa.
Como nós atraímos para nós aquilo que mais tememos, se nós não deixarmos o medo de perder alguém ir embora, nós iremos perder essa pessoa. A única pessoa que nos pune é nós mesmos. Destravando nossa dependência emocional de outra pessoa ou estilo de vida, é parar de tomar para si os problemas de outras pessoas.
"Suma da minha frente, eu estou tendo um péssimo dia... não tome isso como algo pessoal." Não tome como algo pessoal. Nunca é pessoal. É sempre alguém lidando com seu próprio lixo emocional que muito longe de se relacionar diretamente com você, pode ir a milhares de anos atrás. Você é apenas o gatilho para aquela emoção suprimida e os outros são os gatilhos para você. Independente de como as pessoas se comportam com relação a nós ou com outra pessoa, apenas as amem. Quanto mais negativas elas agem, mais amor elas estão pedindo. Nós não precisamos aprovar suas ações para as amar. Mas o que nós fazemos? Nós damos nosso amor para aquelas que se conformam com nossa marca, nossas expectativas, e negamos o amor para aquelas pessoas que não se comportam dessa forma. Como quase ninguém se conforma à nossa marca, nós verdadeiramente não amamos quase ninguém, geralmente ninguém. Como os outros insistem que nós nos conformemos às suas marcas, quase ninguém, geralmente ninguém, verdadeiramente nos ama. Esta é a razão porque o mundo está tão carente de amor. Amor é amar sem condições de qualquer espécie. Amor nunca deve envolver possessão e ser dono da mente, corpo, emoção ou espírito de uma outra pessoa.
"O verdadeiro amor não dá sempre o que o receptor gostaria de receber, mas ele irá sempre dar aquilo que é melhor ao receptor. Portanto agradeça tudo que você receber, goste você disso ou não. Pondere sobre tudo que você não gosta e veja se você vê o porque isso foi necessário. A aceitação então irá se tornar muito mais fácil."
O amor deve se tornar independente emocionalmente da outra pessoa até o ponto onde você pode ajudar as pessoas experimentarem o que elas precisam experimentar para acelerar suas evoluções à Unicidade. O que temos chamado de 'amor' neste mundo tem sido frequentemente o oposto dessa definição. Ele tem procurado negar experiências, não as encorajando; possuir, e não liberar; esperar, e não respeitar. Uma reavaliação do amor está emergindo para levar embora as limitações e nos lançar para o ilimitado. Afinal de contas, aqueles limites são feitos por nós mesmos. Se nós não os tivéssemos criados, eles não poderiam existir.
Eu acredito que as pessoas podem amar mais de uma pessoa, mesmo fisicamente, em uma dada época e que a energia chamada amor não possui limites. O fluxo de amor nunca se esgota. O amor está disponível sempre que nós escolhermos. É apenas uma escolha.
O abuso e a negação do amor e de sua expressão física tem feito danos sérios à evolução humana. Ele tem suprimido e desequilibrado a kundalini e, fazendo isso, ele tem nos desligado de nosso verdadeiro potencial sexual, intelectual, emocional e espiritual. O desequilíbrio, o poder descontrolado da kundalini, causado por medo, culpa e negação, tem também levado ao abuso sexual, agressão, ódio, suicídio, conflitos internos e guerras globais. É como tentar parar o fluxo da água pressionando seu polegar contra a boca da torneira. A água esparrama-se para todos os lugares, fora de controle. É isto que ocorre, simbolicamente, com a kundalini quando você tenta segurar seu fluxo natural, dado por ‘Deus’. Isto tem atrapalhado a psique humana quando, se permitida fluir naturalmente e sem obstáculos emocionais, a kundalini tem o potencial de nos levar para casa, para a Unicidade multidimensional. Relaxe. O que você é e o que você faz não precisa de desculpas. Apenas quando nós crescermos como raça humana, e pararmos de ditar para os outros o que devemos ser, fazer, dizer e experimentar, iremos começar a relaxar entre nós mesmos e teremos a paz interior para permitir à kundalini fazer seu trabalho sem medo das experiências que ela irá trazer.
E nós podemos crescer agora, hoje, neste segundo. Como tudo o mais, é apenas uma escolha.
David Icke, “Eu Sou Eu, Eu Sou Livre”.