Rejeição de si mesmo (1)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A maior prova da rejeição de si mesmo é o sentimento de desacordo interior, é o tormento de não se entender. Minha gente, nós temos que procurar a compreensão da vida vencendo o desafio que carregamos dentro de nós, que é decifrar todos os nossos enigmas e responder a todas as nossas interrogações.
É preciso dominar o nosso instinto, entender que a nossa individualidade está sempre acima de valores coletivos e reclama o seu espaço, o seu direito de existir.
As informações que recebemos durante toda a nossa vida, a "educação" que nos jogaram cabeça a dentro, foram mascarando a nossa percepção de convívio social, foram massacrando as nossas necessidades individuais, até que passamos a acreditar que somos todos iguais, que somos um bando seguindo para a mesma direção. E sabe lá Deus em que direção!
Pois é, a igualdade até que existe diante da vida, frente ao direito de viver neste planeta, frente aos direitos humanos. Mas no que diz respeito à natureza do ser, cada um é cada um, cada um é um universo rico em diversidade.
Mas vocês aí não sabem - ou não querem - pensar de forma individual, olhar e sentir as suas individualidades e compreender que essas suas diferenças são naturais e que chamam pelo seu exercício.
A natureza não cria cópias para que não haja equívocos, para que as duplicidades não invadam espaços exclusivos. Mas vocês, com medo de assumir as suas diferenças, se agrupam na mesmice de ideias e comportamentos, buscando a segurança dos iguais.
Será que vocês pensam que ser diferente é ser anormal?
Que nada, minha gente, a natureza também não separa nada em certo e errado, em normal e anormal. O que existe é apenas a sensação do erro residindo na sua cabeça, já distorcida por valores que até você às vezes se pergunta de onde os tirou, não é?
Na verdade, a grande parte do sofrimento da gente vem da negação do entendimento da nossa natureza. A gente quer ser qualquer coisa assim, mais ou menos assado, parecida com aquela, ter o que a outra tem, e não percebemos que estamos nos negando.
É o eterno conflito para nos harmonizar com a nossa própria verdade. É aquela pessoa que quer ser assim, muito mais isso e menos aquilo mas não está entendendo o principal, não está entendendo que a natureza dela não serve para essas coisas, não nasceu para essas coisas.
Não adianta corrermos atrás daquilo que desejamos ser quando não temos vocação para sê-lo”.


Calunga, "Fique com a LUZ".