Um problema só é um problema se dissermos que é. E o problema não é o problema, mas nossa reação quanto ao problema é que é o problema.
Há um ditado Zen que diz: “Não podemos impedir que os pássaros voem sobre nós, mas podemos impedir que eles façam ninhos em nossas cabeças”.
Não se trata de negar os problemas, mas de não cair na tentação de lhes dar demasiada atenção e importância. Trata-se de descobrir quem somos, e quando o fazemos, desenvolvemos e sentimos uma liberdade interna tamanha que estas coisas já não podem nos distrair.
Nosso subconsciente tem armazenado todas as nossas lembranças. Enquanto as lembranças estão adormecidas, acomodados no banco de nossa memória, não ocasionam nenhum inconveniente. Pessoas que aparecem de repente à nossa frente, visitas que fazemos a certos lugares ou certas situações que vivenciamos fazem com que essas lembranças despertem. Desse modo, as memórias se convertem em pensamentos e se manifestam.
Por isso é muito importante saber que na realidade as pessoas aparecem em nossa vida para nos dar outra oportunidade. Qual é essa oportunidade?. É a de assumirmos a responsabilidade cem por cento e dizer: “Sinto muito, me perdoe por aquilo que está em mim que criou isto”. Notaram que cada vez que surge um problema, ele é sempre um presente? Se o tema não estivesse dentro de nós, não seríamos capazes de percebê-lo. Os problemas são simplesmente uma repetição de nossas lembranças.
São como a informação que está gravada em numa fita de áudio. Quando a fita funciona, pensamos que é real. Os problemas se repetem porque, quando aparecem, reagimos e nos apegamos a eles. Não deixamos de pensar no assunto, e assim ficamos agarrados a ele em vez de soltá-lo. Perceberam que só pensamos com veemência quando aparece um problema? Uma vez que se inicia este ciclo vicioso, esquecemo-nos que temos o poder de parar a gravação.
Em seu livro O Poder do Agora, Eckhart Tolle diz: “A mente nunca pode encontrar a solução, nem pode permitir-se deixar que você a encontre, porque ela mesma é parte intrínseca do ‘problema’”.
Muitas vezes a gravação está funcionando, mas o volume está muito baixo, e por esta razão, nem sequer estamos conscientes dela. Entretanto, o subconsciente sempre está tocando as gravações. Por isso é tão essencial assumir cem por cento da responsabilidade. Só desse modo entendemos que somos simplesmente nós e nossas gravações, nossos pensamentos e nossos programas.
Tomemos o exemplo de um filme projetado na parede ou numa tela. Sabemos perfeitamente que, embora vejamos a imagem projetada na parede ou na tela, a mesma não está lá, mas dentro da máquina de projeção. O mesmo ocorre com nossos problemas. Quando estes aparecem, é só uma projeção do que está acontecendo dentro de nós mesmos e não fora. Entretanto, passamos a vida tentando trocar a tela, mas não é esse o problema. Procuramos a solução no lugar errado.
É muito importante recordar que os problemas, as situações e as pessoas não existem fora de nós tal como os percebemos, mas sim nossa percepção é simplesmente um reflexo de nossos pensamentos. Os problemas tampouco são o que pensamos que são. Nunca sabemos o que é o que está se passando realmente. Os problemas são sempre “oportunidades”. Devemos nos dar conta que temos um efeito sobre o evento ou o problema, e que nós o criamos. Esta é na realidade uma boa notícia, pois se nós o criamos, nós podemos trocá-lo sem depender de nada nem de ninguém.
Mabel Katz, “Ho’oponopono - O Caminho mais Fácil”.