Segurança X Insegurança

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Solução: estabeleça-se em seu verdadeiro self.
O que é preciso para se sentir seguro em um mundo incerto que está fora de controle? Os grandes sábios e professores baseiam suas respostas na máxima fundamental de que a dualidade é insegura e a plenitude é segura. Essa é uma das grandes lições esquecidas. Muitas pessoas trabalham desesperadamente para ficarem seguras e construírem suas defesas. Erguem muros, isolando-se dos elementos mais temerosos da sociedade. Protegem sua existência com dinheiro e bens. Trancam as portas e rezam para que não aconteça uma grande catástrofe. Essas táticas derivam de uma crença primitiva de que, se seu corpo estiver em segurança do perigo, você estará seguro. Talvez tenhamos herdado essa predisposição; talvez ela seja adequada a nossa forma materialista de vida. As pessoas do passado não se sentiam seguras, a menos que os deuses, ou Deus, aprovassem suas ações. Para isso, toleravam a miséria, contanto que a religião organizada lhes dissesse que suas almas teriam a salvação garantida.
A visão moderna da segurança é psicológica. Para estar seguro no mundo, você precisa encontrar a chave interna da segurança. Casas, dinheiro e bens são irrelevantes. Na verdade, algumas das pessoas mais inseguras são aquelas que se sentem levadas aos excessos da riqueza e do sucesso. A chave para se sentir seguro, psicologicamente, é ilusória. A psicologia freudiana diz que o papel dos pais durante os três primeiros anos do filho determinará o quanto ele se sentirá seguro ao crescer. A psicologia de Jung diz que a sensação de insegurança só pode estar enraizada na psique coletiva e, especificamente, na sombra, com seu compartilhamento do medo e da ansiedade. Mas, se você olhar os resultados de um século de terapia, a resposta psicológica mal funcionou em ambos os casos. Tanta perspicácia e brilhantismo levaram a pouco mais que o surgimento do Prozac e de uma geração de terapeutas que passam a maior parte do tempo prescrevendo receitas de drogas.
Você se sentirá seguro quando descobrir que tem um self essencial. Ele existe em sua fonte, como vimos anteriormente. Na fonte, não há divisões e, portanto, o mundo externo não pode ameaçar o interno. A ansiedade precisa de foco externo, seja a lembrança de um trauma passado ou um temor oscilante que gere terror, simplesmente porque o que vem a seguir é desconhecido. Seu self essencial é estável e permanente; por isso, não há nada a temer quanto à mudança. O desconhecido é necessário para mudar. Quando você fizer as pazes com esse fato, o mundo se transformará de um lugar de risco constante para a área de lazer do inesperado.
Trecho extraído do livro “O Efeito Sombra”, Deepak Chopra.