Depois que você ouviu uma verdade, é impossível esquecê-la. Essa é uma das qualidades da verdade: você não precisa se lembrar dela. A mentira é algo do qual você tem que se lembrar continuamente — há o risco de você esquecê-la. A pessoa habituada a mentiras precisa ter uma memória melhor do que aquela habituada à verdade. A pessoa verdadeira não precisa de memória. Se você só disser a verdade, não há a necessidade de se lembrar.
Mas se você disser uma mentira, então vai precisar se lembrar continuamente, porque terá que dizer uma mentira a uma pessoa, outra mentira a outra pessoa, uma coisa diferente a uma terceira. Você precisará guardar na memória e lembrar do que disse e para quem disse. E, sempre que se levantar uma questão sobre uma mentira, você precisará mentir novamente — acaba tendo que criar uma série delas. A mentira não acredita em controle da natalidade.
Verdade é celibato: ela nunca tem filhos!
Sempre que alguém transmite mandamentos, cria dificuldades para as pessoas, porque na época em que são transmitidos eles já estão ultrapassados. A vida passa muito rapidamente: ela é dinâmica, não é estática. Não é um poço de águas estagnadas, é um Ganges, está sempre fluindo. Nunca é a mesma por dois momentos consecutivos. Portanto, uma coisa pode estar certa agora e pode não estar daqui a pouco. O que fazer, então? A única saída é ajudar as pessoas a ficarem tão conscientes a ponto de elas mesmas poderem decidir como responder a uma vida em constante mudança.
A regra de ouro da vida é que não existem regras de ouro.
Não podem existir. A vida é tão vasta, tão imensa, tão estranha, misteriosa... Ela não pode ser reduzida a uma regra ou máxima. Nenhuma máxima dá conta de tudo, as máximas são muito pequenas — não podem conter a vida e suas energias vivas. Por isso, a regra de ouro faz sentido: a de que não existem regras de ouro.
Um ser humano autêntico não vive à base de regras, de máximas, de mandamentos. O ser humano autêntico simplesmente vive.
Osho, “Faça o Seu Coração Vibrar”.