Mexa-se (1)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Que satisfação a gente pegar uma coisa que está suja e limpar. Que prazer a limpeza! Pegar uma coisa desorganizada e a gente vai ajeitando, ajeitando e quando vê está tudo bem, tudo organizado, tudo certinho no lugar. Como é bom as coisas no lugar certo. Tudo tem lugar certo, tudo tem hora. Esse povo bagunçado que está aí também tem bagunça na cabeça, porque gosta de tudo bagunçado, relaxado, de qualquer jeito. E cada vez mais, nesse relaxamento, vai criando confusão, barulho, problema e desperdiçando a energia da vida, que é tão importante. 
A paz depende de você conquistar o equilíbrio. E o equilíbrio depende de você conquistar a ordem. Organizar sua vida, as coisas, os objetos, os trabalhos, os horários para as coisas, não querendo demais, organizando com uma certa folga, com capricho para você fluir com equilíbrio na vida. 
É preciso não deixar as gavetas abertas depois de tirar o que você queria. Abre, usa e fecha para que haja ordem. Na vida interior, parece a mesma coisa. A gente começa uma coisa e, antes de ir para outra, acaba aquela. Acaba as coisas do passado que já passaram. Não deixa o ressentimento daquilo que não deu certo continuar com essa gaveta aberta. Passou, passou. Acabou, acabou. Não deu certo, não deu. Vamos começar de novo. Mas vamos fechar a gaveta primeiro para abrir outra. 
Não adianta a gente querer ir para uma vida nova, uma função nova, uma tentativa nova, se a outra não está ainda acabada. Quanta coisa inacabada que vocês têm. Precisa acabar as velhas coisas, aquela situação ruim que você deu uma bola fora. Você errou e todo mundo riu. Você ainda está guardando aquilo, em vez de dizer: 
- Bom, riu, riu. Já foi, já foi. Acabou, acabou. Não vou guardar isso. Vou fechar a gaveta para abrir uma outra. Hoje é um novo momento, quero que seja uma gaveta nova. A gaveta foi, foi. Passou, passou. Eu não quero mais nem saber. 
A gente precisa ter ordem mental. Você assistiu a um programa de televisão que a impressionou. Ora, desligou a televisão, você vai desligar as impressões: 
- Não quero mais essas impressões, esses pensamentos. Acabou, acabou. Não quero mais ver, não quero mais pensar. 
Ou você pensa o que quiser pensar e depois diz: 
- Bom, agora chega de pensar nisso, porque não vale a pena e também não tem mais nada de bom para tirar. Então, acabou. O que tirei, tirei. Acabou, acabou. Já que acabou, fechei a gaveta e vou para outra coisa agora. Quero dormir com as gavetas todas fechadas, tudo acabadinho, tudo em ordem para ter um sono tranquilo, gostoso, reparador. 
Mas vocês não fecham. Fica tudo aberto. Vão deitar e não têm sono reparador coisa nenhuma. Acordam já de manhã poluídos, cansados e metem mais uma porção de coisa inacabada. Fica aquela confusão de coisa daqui, de coisa dali, de conversa daqui, de conversa dali, de tudo o que você passou e o que você sentiu. Tudo naquela confusão. Isso vai dando um cansaço, minha gente, mas um cansaço, que é uma coisa. Um desgaste! 

Calunga, "Tudo pelo Melhor".