Quem não planta também não colhe (2)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Minha gente, lar é seu centro de vida, de trabalho interior. É nesse mesmo ambiente que você vai crescer por dentro, desenvolvendo suas riquezas, tornando-se a pessoa que, no fundo, você deseja ser. Portanto, vamos atentar para a família com mais respeito e seriedade. Vamos atentar para as relações do lar como alguma coisa séria, com a qual você precisa ir com cautela, refletir melhor, não com culpa, nem com punição, julgamento ou tristeza, mas com a perspectiva de uma vida melhor, de uma conquista melhor. 
Ora, se fracassou em sua própria família, você é um fracassado na vida, porque não adianta fugir dos pais, dos irmãos, da esposa e dos filhos, porque você sempre vai encontrar alguém desse jeito. Seu dinheiro não lhe compra a felicidade, não compra o amor, a alma que você perdeu. Você pode ter sucesso, porque pôs amor em seu trabalho e, segundo a lei da prosperidade tudo em que se põe amor vai para a frente, cresce, mas e sua família? Eu sei que você não é um homem perfeito que consegue resolver todos os problemas, e nem deve pensar que todos os problemas da casa estão em sua mão. 
Você também, minha filha, que é a dona do lar, às vezes espera demais de si mesma, achando que tem que cuidar de tudo e de todos, de uma maneira impossível. Isso é um desrespeito a sua própria condição de parceira de reencarnação. Embora a função da mulher no lar seja primordial, porque é ela o centro da casa e da família, na verdade nós sabemos que ela é também limitada. O respeito por si, no entanto, leva ao respeito pelos outros. Pois se você entende o limite de seus companheiros, vai entender também o seu, ou se entende o seu vai entender também o dos companheiros. Nesse limite, existe o quê? A aceitação de saber que cada um está trabalhando para ampliar um pouquinho os próprios limites. 
Essa modéstia desperta a luz no coração, a bondade, a benevolência, o respeito ao esforço de cada um. Não queira resolver todos os problemas de seus filhos, de seu marido. Tenha dentro de si uma luz sempre pronta a conceder. Quando perceber que seu limite chegou ao fim, que não pode dizer nada, que você não entende ou que não tem condição de mudar a situação de alguém, lembre-se de que ainda existe muita luz para ofertar em seu coração, que existem seus olhos carinhosos a aceitar, existe sua mão que segura a do outro ou apenas sua presença positiva. Diga a seu filho: 
- Não sei de nada, mas acredito no bem. Pode contar comigo, que meu coração vai estar sempre consigo. Não posso lhe dar nada, porque não sei resolver seu problema com sua mulher, com seus filhos. Não sei resolver seus problemas na escola. Não posso resolver sua vida afetiva, suas decisões, suas encrencas neste mundo. O mundo está aí para você viver, está aí para você resolver. Mas meu amor é incondicional. Saiba sempre que te quero bem. 
É disso que um filho precisa, porque nós não vamos viver a vida dos filhos, minha gente, mas podemos viver do lado. Não do lado colado, na mesma casa ou no mesmo bairro, na mesma cidade. Estar do lado não é pele com pele. Estar do lado é passar aquela energia que diz: 
- Olha, não importa, meu filho, segue, porque estou lhe apoiando. Se você errar e cair, paciência, pois estou lhe apoiando. Se você ficar no fracasso, no desespero, na dor, não tem importância, não, meu filho, minha luz está com você, acalmando-o. 
O que precisamos é disso, da companhia de luz. É assim com seu marido, minha filha. Vocês só pensam na competição entre o casal, pensam nisso com vergonha de amar, de querer bem, com vergonha de se dar. Minha filha, mande luz para seu marido, mesmo que ele tenha problema de personalidade por causa do jeito dele. Você também tem, porque você também não é fácil de aguentar. Não faz mal que amanhã o casamento se acabe, pois todo casamento um dia tem fim, mesmo na eternidade. Mas não o amor, não a luz, não o bem-querer. Este não acaba nunca, porque é eterno. 
Todo mundo tem sede de boa vontade, tem sede de caridade, tem sede da verdadeira luz da companhia, daquela companhia de luz, que seguirá com a gente sempre nos momentos de desespero, de desconforto e de desencontro. A gente se lembra daquela pessoa e da luz dela. Aquela luz que o abraçou, não o corpo; aqueles olhos que o perdoaram quando você mesmo, na sua ignorância, se condenava e se culpava. Nós precisamos disso para seguir em frente. Você precisa e os outros também. Agora, quem não planta também não colhe.


Calunga, "Tudo pelo Melhor".