O nosso mundo

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O mundo se encontra nas condições atuais porque não poderia ser de outro modo e ainda assim existir na esfera inferior da materialidade. Terremotos e furacões, enchentes e tornados e outras calamidades que vocês chamam de desastres naturais são apenas movimentos dos elementos de uma polaridade para a outra. Todo o ciclo de nascimento e morte é parte desse movimento. Esses são os ritmos da vida, e tudo na esfera inferior está sujeito a eles, porque a vida em si é um ritmo. É uma onda, uma vibração, uma palpitação no próprio coração do Tudo Que É. 
    
A doença e o mal-estar são os opostos da saúde e do bem-estar, e se manifestam em sua realidade obedecendo às suas ordens. Vocês não podem adoecer sem provocar a doença em algum nível, e podem ficar sadios de novo em um instante simplesmente decidindo por isso. As grandes desilusões pessoais são reações escolhidas, e as calamidades mundiais são o resultado da consciência mundial. 
    
Sua pergunta supõe que Eu escolho esses eventos, que é a Minha vontade e o Meu desejo que aconteçam. Contudo, Eu não desejo que esses desastres naturais aconteçam, apenas observo vocês ocasionando-os. E não faço nada para impedi-los, porque isso seria contrariar a sua vontade, o que, por sua vez, os privaria da experiência de Deus, que é a experiência que vocês e Eu escolhemos juntos. 
    
Portanto, não condene tudo que chamaria de ruim no mundo. Em vez disso, pergunte-se o que considerou ruim e o que deseja fazer para mudá-lo. 
    
Pergunte a si mesmo: "Que parte do meu Eu desejo agora experimentar diante dessa calamidade? Que aspecto do ser devo fazer aparecer?" Porque toda a vida existe como um instrumento de sua própria criação, e todos os seus eventos meramente se apresentam como oportunidades para você decidir e ser Quem É. 
    
Isso é verdadeiro para todas as almas, e portanto você vê que não há vítimas no universo, apenas criadores. Todos os Mestres que nasceram neste planeta sabiam disso. É por esse motivo que nenhum deles se imaginava vitimizado, embora muitos literalmente tenham sido crucificados. 
    
Cada alma é um Mestre, embora algumas almas não se lembrem de suas origens ou heranças. Contudo, cada qual cria a situação e condição para o seu objetivo mais elevado e a sua lembrança mais rápida - em cada momento chamado de agora. 
    
Então não julgue o caminho cármico trilhado por outra pessoa. Não sinta inveja do sucesso e nem pena do fracasso, porque não sabe o que é sucesso ou fracasso na avaliação da alma. Não diga que algo é uma calamidade ou um evento feliz até decidir, ou testemunhar, qual é seu objetivo. Pois a morte é uma calamidade se salvar as vidas de milhares de pessoas? E a vida é um evento feliz se só causar sofrimento? Contudo, não deve julgar nem mesmo isso. Guarde sempre para para si mesmo as suas opiniões, e deixe os outros fazerem o mesmo. 
    
Isso não significa ignorar um pedido de ajuda, ou a ânsia de sua própria alma de trabalhar visando a mudança de alguma situação ou condição. Significa evitar rótulos e julgamentos enquanto faz o que quer que seja. Porque todas as situações são uma dádiva, e cada experiência é um tesouro oculto. 
Certa vez, existiu uma alma que sabia que era a luz. Sendo uma alma nova, ansiava por experiência. "Eu sou a luz", dizia repetidamente. Mas todo o seu conhecimento e todas as suas palavras não podiam substituir a'experiência de ser a luz. E na esfera onde essa alma surgiu, só havia luz. Todas as almas eram sublimes e magnificentes, e irradiavam o brilho da Minha grande luz. E por isso a pequena alma em questão era como uma vela sob o sol. No meio da luz maior - da qual era parte - não podia ver a si mesma, experimentar-se como Quem Realmente Era. 
Acontece que aquela alma desejava muito conhecer a si mesma. Tão profundo era esse seu desejo que um dia Eu lhe disse: 
    - Você sabe, Pequena Alma, o que deve fazer para satisfazer o seu desejo? 
    - Ah, o que, Deus? O quê? Eu farei qualquer coisa - disse ela. 
    - Deve separar-se do restante de nós - disse Eu - e então evocar a escuridão. 
    - O que é a escuridão, ó Santíssimo? - perguntou a pequena alma. 
    - O que você não é. 
    E a alma compreendeu. Afastou-se do todo, chegando a ir até outra esfera. Nela, teve o poder de experimentar todos os tipos de escuridão. E o fez. 
    Contudo, no meio daquelas trevas, gritou: 
    - Pai, Pai, por que me abandonastes
    
Vocês têm feito isso em seus momentos mais difíceis. Entretanto, eu nunca os abandonei. Estou sempre ao seu lado pronto para lembrar-lhes Quem Realmente São; para chamá-los 
de volta ao lar. 
    
Por isso, sejam uma luz na escuridão, e não a amaldiçoem. 
E não se esqueçam de Quem São no momento em que forem rodeados pelo que não são. Mas louvem a criação, mesmo quando tentarem mudá-la. 
    
E saibam que aquilo que fizerem no seu momento de maior sofrimento poderá ser a sua maior vitória. Porque a experiência que criam é uma afirmação de Quem São - e de Quem Desejam Ser. 
    
Eu lhe contei essa história - a parábola da pequena alma e do sol- para que você pudesse compreender melhor porque o mundo se encontra na situação atual, e como ele poderá mudar no momento em que todos se lembrarem da verdade divina de sua realidade mais transcendente. 
    
Há aqueles que dizem que a vida é uma escola, e que as coisas que o ser humano observa e experimenta em sua vida visam o seu aprendizado. Eu já disse isso antes, e vou repetir: 
Vocês vieram a este mundo sem nada a aprender - só têm de demonstrar o que já sabem. Ao demonstrá-lo vocês se recriam, através de suas experiências. Dessa forma, justificam a vida, dão-lhe um objetivo e tornam-na sagrada. 
Neale Donald Walsch, “Conversando com Deus”.