Mexa-se (6)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ah, como tem gente encruada nesse mundo! Você é encruada? Aquela vida que não anda, bloqueada, frustrada porque você fica na hipnose da vaidade e não vai fazer o que gosta. Não se valoriza e não valoriza as oportunidades da vida. O povo gosta de ficar na inércia. Sabe o que é inércia? Não é só o povo que não faz nada, aquele povo preguiçoso que fica o dia inteiro na rede. 
Este também pode estar na inércia, mas tem gente que faz tudo regularmente igual. Até a queixa dos problemas é tudo igual, tudo igual, tudo igual. Então, está na inércia também. Cuida dos outros e não cuida de si. Faz que faz e não sai do lugar. Está na inércia, tudo igual, parado. 
- Ah, Calunga, eu trabalho o dia inteiro! 
Mas será que você fez algum progresso com você, está mais feliz, mais realizada? 
- Estou não, Calunga! Só estou mais cansada. 
- Uai, então você está na inércia. É a inércia que cansa. Está aí paradona no mundo. Você também, companheiro, está na inércia: tudo igual, tudo igual, tudo igual! Não andou nada? Não teve nenhum ganho? Só está mantendo a subsistência da vida pagando as contas? Vixe, você está é morto! 
Está mais defunto do que eu. Até pior que eu, pois é defunto do tipo enganado, iludido. Pensa que está vivo, mas não está vivendo de verdade. Vai chegar aqui e ficar com a mesma cara de desesperado, sem graça de ver que ficou feito múmia, que não fez nada. Só tomou espaço no mundo. Que inferno! 
Então, vamos fazer dessa vida uma coisa boa, saudável, aproveitável, que faça a gente ficar feliz. Não só por causa do amanhã, não! Embora o amanhã seja importante. Se a gente cultiva hoje, sabe que amanhã vai ter com que dar conta do recado, porque a vida sempre cobra. Mas a gente está pensando na gente, em valorizar nossos potenciais, porque a vida é sempre cheia de potenciais. Ah, meu Deus, o que tem de potencial. .. 
Se você soubesse tudo o que sua mão pode aprender a fazer. É infinito! Não tem livro que possa pôr todas as coisas, todos os verbos, todas as obras que sua mão pode fazer. Com a ajuda dos pés, das pernas, dos braços, a coisa aumenta mais. E com a ajuda da inteligência, então, o que você não pode? 
Não tem nada que você não possa! O que você pode vir a sentir, experimentar, conquistar, usufruir, realizar, ter prazer. Quantos verbos tão bonitos! Isso porque você saiu da inércia, passou à ação. Não a ação automática, não a ação inconsequente, viciada, feito um burro de carga, não é isso, não. É a ação renovadora, a ação do desenvolvimento, a ação no crescimento, na crença e na busca do melhor. 
Ah, como é bom gente inconformada que vai buscar o melhor. Pois tem tanto melhor aí para você viver. Não se deixe cair nessa encrenca toda. Não fique aí arranjando desculpa: 
- Ah, Calunga, é por causa da família. Tem os filhos, o marido. Ah, porque sou casada e a sociedade cobra exige. Então, a gente precisa se sacrificar.  Os homens também entram nessa: 
- É, Calunga, a gente tem as responsabilidades. É chefe de família. As coisas estão difíceis, cada dia pior. A sociedade está cada dia mais difícil, o dinheiro está cada dia mais difícil ... 
- Como é que está mais difícil, homem de Deus? Se abrir a sua bolsa, tem um telefone sem fio. Como é que pode estar a cada dia mais difícil, me conte? 
- Ah, Calunga, não tenho esse telefone, não tenho nem dinheiro para comprar isso. 
- Então, meu filho, você é um homem lesado, um homem encruado, um homem estagnado. E não venha se queixar de sua miséria, que Deus nem liga. Pois está aí a vida cheia de chances e você não se mexe, criatura. Se mexa, levante esse traseiro da cadeira da sua inércia. Esse sofazão da sua inércia. Esse vale do sono da sua hipnose. Essa coisa que fica na gente encruando feito banana encruada, feito mesmo goiaba bichada. Pare com isso, meu filho, levante, reaja! Jogue essa porcaria fora, essa cabeça cheia de besteira, areje. Receba a bênção do novo! 
Procure que você acha, procure novas coisas para conhecer, procure! Largue dessa televisão, homem de Deus. Dê para alguém, dê para os pobres, vá procurar o que fazer. Não é que a televisão seja ruim, mas vocês usam de um modo tão ruim que, às vezes, é melhor mandar embora para parar com esse vício de não fazer nada. Que se divertir? Divertir é só ver porcaria na televisão? Ver filme? Isso para você é se divertir? Se divertir, minha filha, é o dia inteiro com as coisas novas, com as novidades. É com o livro, é com o curso, é com a proposta de trabalho, é com o desafio no emprego, é com o desafio em casa. É inventar moda dentro de casa: arraste os móveis, arranque tudo, dê um baile. Uai, faça qualquer coisa, meu filho. Invente gente para conversar, vá conhecer o que o outro sabe, vá perguntar como é a vida do outro, vá fazer qualquer coisa. Que inércia! 

Faça alguma coisa com você. Limpe por dentro, abra novas portas, liberte os seus potenciais, liberte o seu espírito. Vamos, meu filho. Não perca a chance, não perca a oportunidade. Ponha vida na sua vida! 

Calunga, "Tudo pelo Melhor".