Perguntaram ao Osho:
Se Deus é bom, por que a morte existe?
Você vê alguém morrendo e imediatamente surge um problema na mente aristotélica: se Deus é bom, por que a morte? Se Deus é bom, por que a pobreza? Se Deus é bom, por que o câncer? Se Deus é bom, então tudo tem de ser bom.
Do contrário, surge a dúvida: não é possível que Deus exista. Ou, se ele existe, então não pode ser bom. Como você pode chamar um deus de "Deus", se ele nem sequer é bom? Então, há séculos, toda a teologia cristã tem se ocupado deste problema; como solucioná-lo?
Mas é impossível - porque com a mente aristotélica é impossível. Você pode evitar a questão, mas não pode resolvê-la completamente, pois ela tem origem na própria estrutura dessa mente.
No Oriente, dizemos que Deus não é nem bom nem ruim, portanto, aconteça o que acontecer, isso é aceito. Não existe nenhum valor moral no conceito de Deus; você não pode dizer que ele é bom ou ruim. Você só faz isso porque tem uma determinada mente. É em referência à sua mente que uma coisa passa a ser boa e outra passa a ser ruim.
Agora olhe... Adolf Hitler nasceu; se a mãe dele o tivesse matado, isso teria sido bom ou ruim? Agora podemos ver que, se a mãe dele o tivesse matado, isso seria muito bom para o mundo. Milhões de pessoas foram mortas; seria melhor matar uma pessoa só.
Mas, se a mãe de Adolf Hitler o tivesse matado, ela teria sofrido uma grande punição. Ela poderia ter recebido uma sentença de morte ou poderia ter sido fuzilada pelo governo, pela justiça ou pela polícia. Ninguém teria dito que o governo estava errado, porque é um pecado matar uma criança. Mas você percebe as implicações?
Seja o que for que você diga que é bom, só é bom do ponto de vista de uma mente tacanha. Seja o que for que você diga que é ruim, isso só é ruim do ponto de vista de uma mente tacanha.
Osho, "O Livro do Viver e do Morrer".