Se você determina seu curso com força ou
velocidade, você perde o caminho da lei.
O ego é sempre agressivo; ele só pode existir por meio da agressão. Ele cria tal confusão, tamanha poeira, tanta fumaça, que você nem consegue enxergar. Ele o deixa cego. Ele lhe dá voltas e voltas, e o deixa tonto. Eis porque o ego está sempre ansiando por mais e mais poder, mais e mais força. Ele quer fazer as coisas com força absoluta.
O ego é um facista, um totalitário, é ditatorial. Ele não quer nenhuma rebelião contra ele. Ele imediatamente destrói qualquer possibilidade de você se tornar livre dele. Basta uma semente de rebelião... e ele começa a destruí-la. Ele está constantemente observando. Está constantemente tentando mantê-lo tão ocupado que você nunca fica ciente da grande escravidão na qual está vivendo. E o ego é muito esperto; ele o convence de que “eu sou você”.
Assim, basta que a ideia de abandonar o ego surja para que você comece a se sentir como se estivesse perdendo a identitade. O ego não é a sua identidade. É por causa do ego que você não é capaz de saber quem você realmente é. O ego é a barreira. Ele o mantém correndo e o mantém em tal velocidade, em tamanha pressa, que você nem tem tempo para pensar sobre as coisas, para ponderar, meditar, ver o que você está fazendo e porque você está fazendo aquilo.
Ele não lhe dá nenhum tempo para ver. Ele o mantém enlouquecido, ocupado, constantemente ocupado com um desejo ou outro. Antes que o desejo seja realizado, ele cria outros dez. Ele sempre tem novos desejos prontos para que não haja um intervalo, não sobra nunca um intervalo entre dois desejos - porque nesse intervalo você será capaz de ver e reconhecer a estupidez da sua vida, a completa loucura da sua vida. E, uma vez que você tenha visto isso, você não consegue mais continuar fazendo parte disso. Você saltará fora! Você viu que a casa está pegando fogo.
Buda diz: Se você determina seu curso com força ou velocidade, você perde o caminho da lei. Você perde toda a finalidade da existência, porque a vida se mostra em toda a sua beleza e bem-aventurança somente para aqueles que estão vivendo descontraidamente. Não com força, não com velocidade; não impetuosamente, correndo. Ela está disponível para aqueles que estão tranquilos, à vontade com o momento presente; tão relaxados, como se não houvesse nenhum tempo além deste. Este momento é tudo...
Se você for com velocidade, você perderá; se você estiver com muita pressa, você não será capaz de ver. Seus olhos ficarão nublados, você continuará tenso. Você não será capaz de ver aquilo que é. Você está sempre ansiando por algo que deveria ser.
De modo geral, o “deveria” ficou mais importante do que o “é”, o “deveria ser” ficou mais importante do que “aquilo que é”. E a existência é aquilo que é, a verdade é aquilo que é.
OSHO, “A Descoberta do Buda”.