Percepção da ausência do ego

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Reciclar... os condicionamentos!
O ego se tornou a nossa vida, o próprio âmago dela. Numa verdade, não existe nenhum ego. Mas nós sempre vivemos através dele, nós sempre vivemos em torno dele; nós só conhecemos um único tipo de vida, que é baseado no ego. Nós não conhecemos nenhuma outra vida.
E como vivemos através do ego, nunca fomos realmente capazes de viver. Estamos simplesmente lutando para viver, e a vida nunca nos  acontece, ela passa ao largo de nós. Ela está sempre para ser alcançada, na esperança, no amanhã, no daqui a pouco, e então estaremos vivendo. Mas ela nunca chega, nunca é alcançada. Ela sempre permanece uma esperança e um sonho - mas nós continuamos indo adiante. E como ela não vem, vamos depressa. Isso é lógico: se a vida não está acontecendo a nós, a mente pode pensar somente numa coisa - não estamos indo depressa o bastante. Assim, ande depressa, corra!
É isso que está acontecendo. Vocês estão indo tão depressa quanto possível. Para onde vocês vão? Por que vocês estão indo? Qual é o destino? A esperança de que ‘um dia’ a vida acontecerá. E por que ela não está acontecendo agora mesmo? Por que o Nirvana está sempre no amanhã? Por que ele não está existindo hoje? E o amanhã nunca chega - ou, sempre que chega, ele sempre será o hoje e você perderá novamente. Mas nós vivemos somente desse jeito. Nós só conhecemos uma única dimensão de se viver - este suposto viver que já estamos vivendo: algo morto, sem vida realmente, levando a vida de alguma maneira, esperando.
Com o ego, sempre permanecerá uma espera - e uma espera sem esperança. Você pode agir rápido, pode se apressar, mas nunca chegará a lugar nenhum: com a pressa você simplesmente dissipará energia e morrerá. E você já fez isso tantas vezes! Você tem vivido sempre com pressa, e dissipando energia nessa pressa. E, então, só a morte vem e nada mais. Você vive correndo pela vida, e somente a morte chega e nada mais. Mas a mente, devido a estar acostumada a somente uma única dimensão, porque ela conheceu somente um caminho - que nem ao menos é um caminho, mas aparenta ser um caminho -, dirá que, se não há nenhum ego, onde está a vida?
Mas eu lhes digo: se há ego, não há nenhuma possibilidade de vida, somente promessas. O ego é um perfeito fazedor-de-promessas. Ele vive lhe prometendo. E você é tão imperceptivo - nenhuma promessa jamais foi cumprida, mas sempre e novamente você acredita. Quando “novas” promessas são feitas, você acredita novamente.
Não vai acontecer, porque nunca acontece na esperança, nunca acontece com a esperança. Nunca acontece com a promessa do ego. Pode acontecer agora mesmo. Só pode acontecer AGORA mesmo. Mas, então, uma percepção muito intensa é necessária, de modo que você possa jogar fora todas as promessas, e todas as esperanças, e todos os programas futuros, e todos os sonhos, e OLHAR DIRETAMENTE aqui e agora PARA O QUE VOCÊ É.
Nessa volta para si mesmo - sua consciência não se movendo para algum lugar adiante, mas retornando para você mesmo - você se torna um círculo de consciência. Este momento se torna eterno. Você está alerta e perceptivo. Nesse estado de alerta, nessa percepção, não há nenhum “eu”: simplesmente existência, simplesmente ser.
Você JÁ É livre! Apenas perceba!
E este é o critério: quando você está perceptivo, o “eu” não está presente; quando você está perceptivo, o “eu” não é econtrado aí. Esse é o único critério.
OSHO, “O Livro dos Segredos - Vol. 3”