Amor e relacionamentos

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Amar é dar e não usar.
Quem cultiva ideias de insuficiência e de incapacidade, gera internamente uma carência, acreditando que somente os outros possam supri-la. Na verdade, o amor de alguém jamais vai resolver o seu problema. Carência afetiva é falta de seu próprio amor.
Nós temos necessidades fisiológicas e emocionais básicas. Quando o corpo não é atendido numa exigência, ele a demonstra de algum modo, causando desconforto ou sensação de mal-estar. O mesmo ocorre quando as necessidades emocionais não são atendidas. Criamos um vazio, um buraco dentro de nós, e julgamos que os outros têm a obrigação de preenchê-lo.
Na verdade, só você pode suprir suas necessidades, quaisquer que sejam. Quando tem sede, só você sabe o tanto de água de que necessita para saciá-la. Quando sente falta de carinho, só você sabe como gostaria de recebê-lo. Ninguém está dentro de você para preencher essas carências do jeitinho que você queria. O outro é o outro; você é você.
O grande segredo do sucesso no amor e nos relacionamentos é: darmos a nós mesmos aquilo que queremos que os outros deem.
Você é capaz de se aceitar incondicionalmente?
Para que essa aceitação integral ocorra, é preciso ser humilde para reconhecer as conquistas que realizou e as habilidades que você desenvolveu. É preciso ser humilde também para olhar suas limitações e fracassos, sem se culpar, mas entendo que os chamados “erros” fizeram você evoluir.
Olhar para si mesmo com aceitação é entender que há características pessoais imutáveis, como a altura, a textura e cor da pele, etc, e que de nada adianta a autorrejeição. Por outro lado, você pode mudar a cor dos cabelos e também seu peso atual. Pode construir uma forte personalidade e inventar um alegre jeito de ser. Quanto às características imutáveis, a opção inteligente é descobrir seus atrativos e, principalmente, não se comparar a ninguém, NUNCA.
Nós nos rejeitamos quando nos comparamos com os outros. Quando não aceitamos como somos, estabelecemos modelos nos quais nos espelhamos. Nas revistas, por exemplo, as modelos apresentam corpos esculturais, e as leitoras, quando começam a se comparar, sempre saem perdendo. Os homens por sua vez, quando veem outros com físico de atleta, também se decepcionam como o próprio físico.
Toda vez que nos comparamos com alguém, nós perdemos. Somos muito cruéis conosco. Achamos que precisamos ser iguais ao modelo para que possamos nos aceitar. Esse modelo é uma ilusão que vive se chocando com o real, com o que somos de verdade.
Quando não desenvolvemos a auto-aceitação, nos intoxicamos pela raiva voltada contra nós mesmos e acabamos por atrair pessoas e situações complicadas ao nosso redor.
Não podemos esquecer que somos como ímãs. Atraímos tudo que se harmoniza com nossos traços dominantes e repelimos o que não tem nada a ver conosco.
Só quando você se aceita, torna-se capaz de aceitar o outro, sem cobranças e sem agressões. Vamos deixar de lado os velhos chavões: “o homem precisa ser forte, não pode demonstrar sentimentos, não pode chorar; a mulher é o esteio da casa, precisa ser carinhosa, afetiva com o marido e com os filhos, dar sem receber nada em troca”, etc. Tudo isso é desrespeito.
O importante é perceber que não precisamos seguir modelos para nos aceitarmos e obtermos a consideração alheia. Parece que se não estivermos enquadrados dentro do modelo ideal, nada vai dar certo em nossas vidas. Porém, a vida flui de maneira inversa. Quando nos aceitamos, os outros nos aceitam, quando agimos pelo nosso sentir, tudo dá certo em nossas vidas.
Aceite que você pode estar nervoso, alegre, irritado, paciente, atento, amoroso. Aceite que você é um ser perfeito, que está se descobrindo e se percebendo. Você tem sentimentos e emoções, mas não é esses sentimentos e emoções, não os tem.
Só o seu eu verdadeiro pode dizer com clareza quais as suas reais necessidades de aprendizado e desenvolvimento. Ligue-se nele. Ama-se. Sinta como é bom estar com você constantemente. Dê-se consideração, afeto e carinho, sem mimo. Olhe para você com simpatia, sem medo, sem julgamento. Não fique esperando que o outro resolva suas questões por você, que lhe preencha as carências.
Os modelos atrapalham qualquer relacionamento, porque não permitem conhecer a intimidade da pessoa. Na fase da conquista e do namoro, as pessoas fazem tipo para impressionar o outro e obterem sua consideração. Acreditam que não podem mostrar como realmente são, porque correm o risco de perder a estima do parceiro.
No início do casamento, o individuo até consegue manter o tipo durante um certo tempo, mas, com a convivência, começa a aparecer o que ele é realmente, já que ninguém consegue interpretar um papel a vida inteira. Como normalmente tanto o homem quanto a mulher fazem tipos, os conflitos surgem. Ambos se sentem enganados, percebendo que o companheiro não é da forma como sonhavam e nem mais como era na fase que antecedeu a união.
As pessoas se unem na esperança de que o outro seja gentil, atencioso, compreensivo, leal, honesto e amoroso. Esperam, enfim, que o parceiro tenha atitudes que elas mesmas não tem consigo mesmas. Se o outro não apresenta o comportamento esperado, começam as cobranças, feitas em nome do amor.
O amor só é real quando é incondicional. Fora disso, nenhum relacionamento pode durar muito. A grande queixa dos descasados é que não conseguiram viver na prisão das cobranças e expectativas do parceiro.
1- Eu só amo se o outro.....................................
2- Se amo você, eu tenho que ....................... Se você me ama, você tem que................................
Se você está casado e impõe condições, saiba que é só uma questão de tempo para acabar, a menos que você comece a mudar agora.
Amor não é troca, não é mercadoria, não é cobrança. O outro não lhe deve nada, só porque você o ama. O amor é seu, o sentimento é seu e não do outro. Amar é dar e não usar.
Quando espera que o outro supra sua carências, você não está amando verdadeiramente. Você está usando o outro.
Porque você só se sente feliz quando o outro lhe dá algo?
Você quer ficar esperando que a vida se lembre de lhe trazer as coisas para que fique feliz? Ou você prefere se fazer feliz?
Não se escore no outro. Isso é muito triste, porque você desenvolve a incapacidade de perceber e preencher suas reais necessidades.
A base para uma vida conjugal harmônica e equilibrada é o fim das expectativas e das idealizações. Optar por viver com alguém não é garantia de ter uma fonte inesgotável que atenda todas as suas solicitações.
A união saudável ocorre quando cada um se permite mostrar ao outro sua intimidade, sem medo da desaprovação. É uma união baseada na amizade, na possibilidade de expandir os potenciais de cada um. Fora disso, as pessoas experimentam uma solidão a dois, só compartilham do mesmo teto.
A PARTIR DAQUI DÊ UMA ENFASE ESPECIAL, DAQUI ATÉ O FINAL
As pessoas não estão na sua vida por acaso. Se você vive com uma pessoa agressiva, ou às vezes tenha atitudes mais enérgicas, ou que desqualifica suas atitudes, preste atenção: a vida quer que você aprenda algo nessa convivência. Quando tiver aprendido, a pessoa mudará a maneira como lhe trata, ou saíra da sua vida.
A vida lhe trata como você se trata. Não se esqueça disso.
Se você se lembrar das características das pessoas com as quais se envolveu no passado, perceberá que as atraiu, porque eram iguais a você em muitos aspectos. Nós atraímos pessoas com qualidades e limitações que recusamos a ver em nós.
Quem não quer ser próspero nos relacionamentos? Já pensou, você sendo um sucesso no amor, nas amizades, nas relações familiares e profissionais?
O caminho é fácil e curto. Só depende de você. Cuide bem de você. Você representa muitos.
Invista na auto-aceitação, na autovalorização. Dessa forma, você estará transformando a natureza do seu ímã interior que passará a emitir uma energia de segurança e amor que atrai e enfeitiça as pessoas que você deseja para sua vida.
Ama-se. Dê a você tudo o que gostaria que os outros lhe dessem.
Só você vai estar de bem com você pela eternidade.
Luiz Antônio Gasparetto, “Faça Dar Certo - Cap. 8”.