Sensos da Alma

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Alma é o grande sensor do ser humano, onde há os sensos. Senso de cor, de proporção, de tamanho, de quantidade, de matemática, de ética, de estética, de verdade, de liberdade, de humanidade, de realidade, de jogo de palavras e de musicalidade na palavra que é a poesia, senso de arte, de adequado, de funcional, tudo isso são sensos. É nele que se apoia a razão. Os sensos fazem movimentar a razão no sentido perfeito dela. Sem o senso não há a razão. A Alma dá base ao raciocínio lógico. Sem ela não há matemática, não há ciência.
Na verdade, o que é estimulado na escola é o senso para usar o senso. Toda nossa educação é para estimular o senso. É na Alma que acontece isso. Não existe nada mais extraordinário. E quanto mais se investe no senso, mais ele aumenta, pois ele tem um espaço infinito para se manifestar. A Alma, por ser um aparelho sensório, é que dá todos os sentido para a vida, passando sempre, porém, pela estrutura da mente.
O aparelho mental é para funcionar com a Alma. Faltou Alma, faltou senso, a mente toma a imagem distorcida. Para evitar a distorção é necessário religar nosso senso, rever com mais cuidado determinada questão. É um trabalho necessário, que nos mostra que cada vez mais disciplinamos nossa percepção, nossa imaginação, por intermédio de nossos sensos. Ou seja, a Alma é o centro de nossa vida. Sem ela criamos as ilusões que fatalmente nos levarão às desilusões e sofrimentos. O que é real? A Alma é real. Sentir é real. Pensar não é real. É simplesmente pensar com o conteúdo da realidade.
Sempre que falamos em bom senso estamos falando dos sensos da Alma. “Use seu bom senso”. Não é assim que dizemos quando queremos orientar uma pessoa numa determinada tarefa? Ou seja, siga sua Alma. Quando realizamos algo conectados com nossa Alma, o resultado sempre é saudável, caso contrário, será desarmônico. Se a pessoa perder o bom senso ela se torna psicótica. O bom senso é algo individual, portanto, diferente do que chamamos de senso comum, em que todo mundo acha que é política, social, moral e eticamente correto. No bom senso seguimos nossa individualidade, entretanto que no senso comum as pessoas são guiadas como cordeiros tangidos pelo pastor, seguindo regras, dogmas e padrões estabelecidos.
O problema do ser humano é que estamos com uma estrutura que não contribui para o respeito à verdadeira individualidade, à Alma. Portanto, é preciso mudá-la, e mexer na estrutura é fazer conexão com a Alma. Fazer conexão em si. Vamos lá.
Ponha a mão no peito, agora. Não escute a pessoa que está na sua mente, mas aquela que está sentindo lá dentro. Sinta-a lá dentro. Diga o seguinte: agora eu só penso em mim. Eu nunca mais vou pensar em ninguém. Eu vou pensar só em mim. Sinta como sua Alma se expande em detrimento da cabeça. Esse confronto entre a Alma e a mente faz por percebê-las nitidamente. A estrutura da mente, com seus aspectos mais terríveis, e a Alma achando isso ótimo. Quando você diz eu só vou pensar em mim, na verdade você está dizendo: eu só vou ME SENTIR. Eu só vou por mim. Só vou me guiar por mim. E a Alma, que ama isso, promove essa sensação de expansão. Isso significa que você está conectado a ela.
Luiz Gasparetto, “Revelação da Luz e das Sombras”.