Na realização não há ansiedade. Você não sai por aí ávido atrás de motivos para o deixar feliz. Há paz na realização, porque a realização vem da Alma. E a Alma é pura paz e harmonia. Ao contrário, o mental é ansioso e você acha que quando realizar uma série de conquistas será feliz.
Felicidade é um estado interior, resultado da capacidade de gerar bons estados de Alma. Só é feliz quem sabe sê-lo
Há pessoas que encontram realização em fazer algo para os outros, em cuidar de um jardim, em cozinhar uma comida, em lidar com a arte, com a ecologia, em ensinar, independentemente de um retorno monetário. A realização não depende DO QUE se faz, mas DE COMO se faz. A realização é individual. Cada um determina coisas na vida que vão produzir realização.
A realização pode estar em qualquer atividade, seja humanitária, tecnológica, científica ou comercial, com ou sem retorno financeiro. O que importa é que a atividade na qual se envolva preencha os requisitos da Alma.
A Alma é um lugar onde se encontram todos os significados
Tudo que significa algo é porque toca a Alma. Algo significativo é aquilo que é seu anseio interior, muito distante, às vezes, de seu desejo, de seu racionalizar sobre o que seja bom. Para de pensar sobre o que é bom para você e procure sentir com mais cuidado e profundidade o que realmente mexe consigo.
É tarefa individual descobrir o que deixa a Alma feliz
As coisas que vêm de dentro provocam realização. Dizem respeito ao seu jeito, à sua individualidade. Você tem feito muitas coisas na vida? Foram satisfatórias? Sim. Mas sentir-se realizado é outro papo.
Saber se satisfazer com as coisas é uma arte, uma sabedoria que precisa ser desenvolvida.
A arte da felicidade
A gente costuma ficar esperando que uma determinada situação nos leve a sintonizar a felicidade que já mora em nós, para depois senti-la, tipo assim, ah, eu fiquei feliz com o que você me fez! O outro precisa fazer algo para a gente se sensibilizar, para conseguir se ligar na felicidade. Porém, essa tarefa não pode ficar na mão dos outros e nem na dependência de eventuais situações que o mundo nos apresenta. Nós precisamos fazer essa conexão direta e de forma independente dos acontecimentos exteriores. Essa é a arte de sentir felicidade. É saber que está em nossas mãos detectá-la e conectá-la. Precisamos aprender que é a mente que controla os momentos que vão sintonizar o lugar interior onde a felicidade já existe.
Os fatores externos não têm mais importância que as coisas de dentro
Quem pensa e age assim está sempre se sentindo feliz, porque não dramatiza, não importa a situação que se apresente. Na medida em que a gente faz a conexão, a Alma toma conta e imediatamente soluciona a situação, e logo sentimos que aquilo é bobagem, que se resolve assim ou assado, que vai dar tudo certo. Dessa forma, a pessoa está sempre bem, mesmo envolvida numa situação densa como, por exemplo, a doença de um familiar. Ela sintoniza a felicidade dela e então fica bem. O contentamento está lá, é só sintonizá-lo.
Emoções e sentimentos
Um dos sintomas da felicidade é a alegria. Parece óbvio, mas não é tanto assim. É que geralmente as pessoas confundem alegria com euforia, mas há uma grande diferença entre elas duas.
O aparelho mental, por intermédio dos pensamentos excitantes, provoca emoções. Ele também pode estimular a Alma provocando sentimentos. A euforia provém puramente das emoções. A alegria provém do bom humor e dos sentimentos. Bioenergeticamente, o excitamento são correntes de emoções que fluem no sentido vertical do corpo. Sobe, desce, sobe e desce, enquanto que os sentimentos, por serem atributos da Alma, são ondas que se expandem no sentido horizontal, a partir do peito.
A euforia sempre vai depender de um fator exterior excitante, como uma festa, um jogo, um espetáculo, uma aumento salarial, uma promoção, etc., enquanto que a pessoa é alegre devido ao seu temperamento, que é a expressão da individualidade do Espírito. O Espírito de todos é alegria. Quer dizer que a alegria já mora em você. Só aparece se a mente provocar, induzir. A alegria é serena e equilibrada, enquanto que a euforia envolve certa aflição. A alegria tem origem no corpo espiritual, por sua vez a euforia tem provém dos pensamentos excitantes. Nada contra a euforia, é muito bem-vinda. No entanto, vale o alerta para que, quando a euforia se for, o contentamento permaneça.
Todavia, existe outro fator, mais profundo e duradouro que a alegria, que vem totalmente da Alma, ou melhor, se origina nas profundezas da Alma. É o contentamento. A Alma sentindo sem a interferência do mental superficial e mórbido é outra coisa. Enquanto a alegria são ondas bioenergéticas de satisfação, o contentamento é um estado constante de expansão interior.
A alegria nós temos naqueles momentos gostosos, de descontração, como uma hora com os amigos. Aí você vai para casa, quieto, com humor calmo, isso é contentamento. O contentamento não foi provocado pela situação anterior e não dependo do estado de humor. Ela já existe antes e continua depois. Só não aparecia porque o aparelho mental não o sintonizava. O contentamento suplanta a euforia e a alegria, pois a pessoa vive na Alma e não na mente e independe do estado de humor ou de uma situação qualquer.
A alegria é decorrente do humor. A pessoa ri, se balança, sente no peito. Há uma expansão de comportamento. O contentamento, por seu turno, muitas vezes, nem se expressa visivelmente no corpo. Nem precisa, pois trata-se de um sentimento profundo da Alma, que sempre está presente, mesmo que você esteja envolvido num assunto sério. A alegria tem um caráter momentâneo, circunstancial, enquanto o contentamento é duradouro.
No entanto, não podemos desprezar os valores da matéria e tampouco as emoções, que têm um sentido importantíssimo em nossa vida. Os valores originários da Alma valem mais, duram mais, são melhores. Porém, uns não precisam existir em detrimento dos outros. Muito menos se pode acabar com a emoção e o emocional. Os dois são importantes aspectos para a constituição humana, tanto o espiritual quanto o material. Os dois são expressões da natureza. TUDO, absolutamente tudo, que o Criador inventa tem a sua utilidade.
O contentamento é infalível para vencer a depressão e trazer a autovalorização de volta. A falta de contentamento cria depressão porque a pessoa entra no desânimo, isto é, sai da Alma.
De volta à infância
A criança sente a Alma das coisas, por isso é realizada, embora não saiba disso. Ela saboreia com a Alma a cor, se encanta com o novo, saboreia com a Alma os diversos sabores, saboreia com a Alma uma música, um cheiro, cada detalhe. Como seu mental não está tomado pelas ilusões, a Alma tem espaço para se manifestar. Quando está curtindo algo, é sua Alma curtindo através dela. Isso é a realização. Isso é felicidade. O dito “eu era feliz e não sabia” faz todo sentido, pois a criança não tem consciência da realização. Não há dúvida que, para sair das ilusões, terá de lançar mão da dor da desilusão, da frustração. Mas essa dor é justamente para que a pessoa tome consciência do verdadeiro e aprenda a educar sua imaginação, uma vez que as ilusões são formadas pelo uso inadequado dos sensos. O processo é assim para todo mundo.
Realizar-se é voltar à infância COM CONSCIÊNCIA. Então você poderá dizer: “eu sou feliz e sei”