A mãe que bate na criança para educar é uma mãe mais atrasada do que a que sabe conversar, que sabe levar o filho de outro jeito. Todo mundo sabe disso. Também a criança está naquele lar porque provocou o seu nascimento ali. Como ela acredita na violência, acaba atraindo para si uma pessoa ignorante e que, portanto, vai agir com violência, infelizmente. Claro que todo o trabalho para a evolução dessa criatura - que a gente possa fazer, um dia, para ela não mais bater no filho - é benéfico: aprender, crescer, melhorar. E todos estão aí para fazer, conforme a boa vontade de cada um.
Embora cada um só possa aprender aos poucos, há muito o que se fazer no campo da aprendizagem para vencer a ignorância. Mas, de resto, está tudo certo. Todo mundo é certo de acordo com a sua evolução, com seu conhecimento, com aquilo que pode, que aprendeu, que sabe e com o que não sabe. A gente quer tudo maravilhoso. Também está certo querer tudo maravilhoso, porque a gente tem uma força interior que quer melhorar. Quer ver mesmo tudo maravilhoso. Até aí acho bom. Mas por querer ver os parentes bem, não devemos fazer disso uma guerra.
Senão, vamos partir da idéia de que, para conseguir a paz, temos que fazer a guerra. Aí, vamos brigar com o filho, vamos brigar com o marido, vamos pelejar e nos meter na vida deles, vamos nos queixar e atormentar o companheiro. Eu sei que a sua intenção é boa, mas é um tormento. Pois você está querendo guerrear para fazer paz. Mas isso só vai causar mais guerra, porque vão guerrear com você.
A pessoa ameaçada, que não tem evolução, vai reagir igual.
Quem é igual reage igual.
Quem é violento com os
Outros é violento consigo.
O mundo então vai
Tratar você desse modo.
Você é violento com a pessoa
E ela fica violenta com você.
Daí as mães, os pais acham que é falta de respeito e abusam da criança. A mãe bate, castiga porque o filho respondeu para ela. Mas ela não percebe que, se foi grosseira com a criança, a criança responde com grosseria, e ela quer logo castigar. É triste ver essa ignorância. A mãe é autoritária e mandona, e o filho que ela tem é perfeito para ela: autoritário e mandão. Cedo ou tarde, ela vai pagar o que fez, porque ele vai devolver na mesma moeda. Ah, vai!
Por isso, minha gente, o melhor é ficar quietinho, não julgar ninguém certo nem errado, porque não tem nada mesmo errado. Todo mundo está experimentando as coisas. Aquela mãe meio ruim, parece que o filho é submisso a ela. Mas ele vai arranjar uma maneira de se vingar da mãe e de dominá-Ia, fazendo-se de submisso e de bonzinho porém incapaz de trabalhar, e ela vai ter que sustentar o marmanjão a vida toda. É, tudo tem jeito.
É interessante ver neste país como o povo quer experimentar a liberdade sem saber o que é liberdade. Aí vira tudo libertino. Cada um faz o que quer, sem pensar nas consequências. E quando não pensa nas conseqüências, o povo fica batendo a cabeça, mas isso tudo é bom para aprender.
Para tudo o que você quer tem um jeito. Se você quer um carro, tem que aprender a dirigir. Se quer um livro tem que aprender a ler. Quer o emprego? Tem que aprender a trabalhar. Quer o dinheiro? Tem que aprender a fazer conta. Não tem nada neste mundo que você possa fazer ou usar sem ter que aprender, sem ter que pagar um preço. Então, se você quer a liberdade, tem que aprender a usar, senão vai se machucar. Claro que não é por causa disso que vamos deixar de tentar. Nós vamos continuar tentando porque, com o tempo, vamos aprendendo.
Tudo exige aprendizagem. E a evolução é assim mesmo. É no dia-a-dia que a gente vai pelejando, exercitando, aprendendo e vai descobrindo como as coisas funcionam. Está tudo certo, minha gente!
Calunga, "Tudo pelo Melhor".
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