Você é escravo da vaidade? (3)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mas, minha filha, não pode cair na vaidade. Você quer tudo. Será que isso está lhe fazendo bem? Será que está elevando o seu espírito? Será que a sua alma está feliz? Será que não é por vaidade que acha que você tem que fazer tudo, que tem que fazer carreira, criar filho? Uai, tem tanta vaidade nessa nova fórmula que vocês arranjaram aí de ser a mulher ideal. Depois, você fica acabada, estressada, um inferno, embora trabalhar bastante seja bom, porque faz bem para a gente. Mas será que isso a está alimentando? Pois trabalho é bom quando alimenta.
 Agora, ficar fazendo, fazendo, fazendo esforço sem alimentar o espírito só dá estresse. Se você trabalha muito, muito, muito, mas é uma coisa de coração, então é libertação, juventude, elevação. Se faz muito, mas faz por vaidade, dá estresse, porque a alma não tem prazer e faz força contra. Quando você vê, está de cama, com doença no peito, no útero para lhe lembrar que você é mulher. Então a natureza lembra: o que você está querendo ser, qualquer coisa, menos mulher? Aí, você volta a pensar nisso. Por isso, a gente precisa ponderar bem. Olhe, vê lá, minha gente, não estou condenando nada. Apenas estou falando do perigo de a pessoa não fazer as coisas com alma, de verdade, e sim fazer por vaidade. Há muitas mulheres que ficam em casa porque querem ser as princesinhas, querem isso, querem aquilo. Também estão na vaidade, porque os maridos dão tudo e elas, ficam com medo de sair, de quebrar a cara. São muito vaidosas para quebrar a cara. É outro tipo de problema.
 O problema não é ficar em casa ou sair para trabaIhar. O problema é a vaidade, porque fazer as coisas de coração, inteiro, com alegria é a necessidade de cada um para ser feliz. Todos vocês hoje estão na vaidade. Estão vivendo a vida dos outros e não estão vivendo a sua. Correndo atrás do nada, no nada vocês chegam. Mas no dia em que o nada aperta o coração, vocês entram em desespero. Então vocês ficam vendo problemas onde não tem, pois o único problema está em vocês.
 A nossa necessidade é distinguir o que é da alma e o que é da vaidade para poder ver com clareza que, por um lado, a coisa está errada e que, por outro lado, está certa. Aí, a gente tenta escolher pelo certo. Enquanto estiver confuso, a gente não distingue o que está errado e continua fazendo sem perceber. Por isso que gosto de lembrar a você que existe a vaidade, que existe o orgulho.
 O orgulho são as nossas ilusões,
 Que sempre nos levam à desilusão.
 O cristianismo não condenou os bens materiais mas, sim, o apego a eles. Eu não condenei o carro novo, as roupas bonitas, os aparelhos que vocês têm. Estou condenando o modo de viver com eles, de se apegar a eles. Se você está nessa prisão do apego, é fácil saber. Você tem medo de perder? Tem, não é?
 - Ah, como vai ser meu amanhã?
 Todo mundo que tem medo da perda da carreira, da perda do dinheiro, está na preocupação. Fica lutando para não perder o status, para não ser menos que os outros. Já imaginou se perder tudo? Tudo vaidade. Como você vai poder encarar os outros?
 - Ah, agora estou sem nada, vou ter que pedir abrigo na casa da minha mãe. Que vergonha!
 É tudo vaidade. Mas se continua assim na vaidade, não adianta consolá-Ia:
 - Ah, eu sei que você pode recomeçar ...
 No fundo, o medo continua, porque é uma forma de insegurança, de apego às coisas materiais. Não é melhor dizer:
 - Ah, eu não quero viver aqui apegado às coisas. Vou ser escravo do carro? Ter que trabalhar feito um louco para comprar um carro novo? O carro que tem que ser meu escravo. Não eu virar escravo dele.
 Por que você não tem um carro mais simples? Para depois bater e trabalhar feito uma louca para pagar o carro? Que sacrifício para viver nesse mundo e para comprar tudo. Vocês têm que pensar bem, se são escravos das coisas ou se elas é que são suas escravas. Ou se não é melhor dizer:
 - Eu também não vou sacrificar minha vida por isso. É tudo vaidade para exibir, pois o que importa é a felicidade. O resto é só para me servir mesmo.


O Fim.

Calunga, "Tudo pelo Melhor".