Você é escravo da vaidade? (2)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não acho que a vida seja ter, não. Ter é uma coisa boa, mas quando isso começa a se tornar uma doença, a gente fica pensando:
 - Como está esse povo? Será que isso tudo não é vaidade, alguma loucura? Ou será mesmo que você está sendo racional, inteligente nas suas aquisições, naquilo que você está pondo dentro de casa, no tipo de vida que está levando? Será que essas coisas não estão encobrindo os problemas verdadeiros ou são colocadas de lado, sem perturbar a sua felicidade? Será que você está sabendo viver bem com os bens materiais ou será que isso tudo não passa de uma grande perturbação na sua vida?
 Ter as coisas é para ser um bem, e não para gerar o mal em nós. É, precisa saber viver e não fazer disso uma arma. Não vamos condenar, não. É muito bom viver no conforto e ter as facilidades que a vida moderna pode comprar. Mas, minha filha, se isso está atormentando sua vida, se seu marido trabalha feito um louco e não pára mais em casa, se você trabalha feito uma louca e também não pára mais, então estão todos vivendo uma vida de faz para ter, faz para ter, faz para ter. Ninguém goza, ninguém se nutre, ninguém vive. Parece uma máquina. Então, minha filha, está errado. É tudo vaidade.
 O carro novo é vaidade, a cortina nova é vaidade. Os brinquedos novos do filho - é uma vergonha aqueles quartos cheios de brinquedo - tudo vaidade. As crianças nem ligam para aquilo tudo. Você dá e elas brincam um pouquinho e logo largam lá na prateleira. Um dia, você se enche e arranca tudo aquilo para dar para os pobres. Mas tem pena de dar, porque é tão bonito e tão caro, não é verdade? Tudo isso é apego. Tudo isso aí não serviu para nada, não fez seu filho mais feliz nem mais humano. Nem fez a alma dele mais completa. Entendeu?
 Pense bem, minha gente, no que vocês fazem em casa. Vê lá, porque está na hora de a gente ponderar, de não deixar que essas coisas se imponham sobre as verdades humanas. Vê lá, minha filha, se você não corre para cima e para baixo para ter um dinheirinho a mais, para dizer: "Sou independente. Não dependo do meu marido". Tudo vaidade. Tudo orgulho. Na verdade, você está na ruína. Esse emprego é uma perdição na sua vida, porque você se esqueceu de ser mulher. Esqueceu de ser você mesma, esqueceu da sua alma, do seu carinho, só para provar que você é uma mulher emancipada.
 Há as que ficam em casa, no tormento: "Ai, tenho que ficar cuidando dessas crianças. Não posso cuidar da minha carreira". Que vergonha! Ficam na vaidade, sem aproveitar as oportunidades que a vida Ihes deu de viver a maternidade, de forma total. Os maridos estão ajudando e estão ali para contribuir com a parte deles. Então, elas ficam jogando fora e amaldiçoando a oportunidade que Deus Ihes deu.
 Não sou contra a mulher trabalhar fora, não, minha filha. Nem sou contra a mulher fazer uma série de coisas, porque acho que ela pode fazer de tudo. A mulher ainda é mais flexível que o homem. Ele ainda está muito condicionado a uma forma antiga, enquanto a mulher é mais moderna. Eu admiro muito a capacidade da mulher. Aprecio também o poder do homem, embora ele esteja um pouquinho bitolado. As mulheres estão mais espertas, estão mais à frente espiritualmente, enquanto os homens estão muito devagar. Ficam naquela vidinha que é uma porcaria, sempre igual. As mulheres já variam mais topam tudo. E agora as mulheres modernas topam mesmo. Eu acho que está bom.


continua...

Calunga, "Tudo pelo Melhor".