Quando a insegurança de uma pessoa é muito forte e ela não deveria mais ser assim, pois já tem condições de ser melhor, de usar o que já sabe, a natureza não o protege mais e aquilo vai se tornando realidade e chega a criar instabilidade e problemas. Você foi crescendo e aquilo que era responsabilidade da natureza foi passando a ser sua. Ela não o defende mais, pois nestas coisas você já é adulto e deve se defender por conta própria. Deus não mima ninguém.
Ai de você se não usar o que já sabe, pois vai ficar exposto às consequências. Se é sua a responsabilidade de responder pelo que já sabe, então não tem o direito de culpar ninguém, muito menos Deus!
Você já sabe e a vida o ajudou a aprender e lhe deu a capacidade de se escutar e se cuidar, mas você não quer se escutar, não quer assumir o que é e se abandona no desculpismo, então vai levar uma boa bofetada. Você é diferente e seu caminho é diferente. O que você sabe é diferente do que o outro sabe. O que é o melhor para você é diferente do que é para o outro. Mas você gosta de se comparar e achar que também tem o direito e fica a escutar o que os outros falam. Daí, fica aí com medo do mundo. Então, você pode ficar surdo, pois a vida diz:
- Vou tirar a audição, porque essa pessoa não está mesmo se escutando e se dando valor.
Mas você pode começar a ser responsável por si assumindo que você é diferente dos outros e fazendo tudo do seu jeito.
- "Só vou me escutar, só vou escutar a minha natureza interior. Vou fazer as coisas do meu jeito. Vou ser como eu sou, vou fazer como eu quero. E não vou ficar escutando esse povo que só tem besteira para dizer. Vou escutar minha voz interior, minha voz espiritual, minhas experiências".
Aí então, minha filha, seus ouvidos vão melhorar. Está vendo como funciona? É porque você usou os talentos que tem, mas se não usar já encrenca com a natureza, já encrenca com a saúde.
Por isso, vocês fiquem atentos. Tudo o que vocês recebem, têm que dar algo em troca. Desconfiem daquilo que parece de graça, porque não é, não.
Não podemos deixar de fazer o nosso melhor. Às vezes, a gente está bem, está sossegado, naquela vida boa, e os outros começam:
- Você precisa fazer isso, precisa fazer aquilo. As pessoas gostam de arranjar coisas para a gente fazer e criar necessidades que não temos. E ainda acham que estão fazendo um bem. "Você precisa ler este livro", diz o amigo.
Você, então, lê o livro, que diz assim: "O ser humano é um bicho atrasado. O ser humano está precisando de mais amor, de mais benevolência, tudo está errado e tudo precisa ser mudado". Você acredita no que lê e fica se olhando e vendo uma porção de defeitos em você. Aí fica louco para ver se consegue mudar você. Pensa que está trabalhando para melhorar. Sem se dar conta, cria um conflito com o seu jeito natural de ser e ele se torna uma doença, porque saiu do seu melhor.
Que coisa, não, minha gente? Nem sempre querer melhorar melhora. Às vezes, piora. Vê lá como é esse negócio de querer melhorar e acabar no pior. Vê lá se, com isso, você não vai fazer da sua vida um inferno. Nunca se compare com nada e com ninguém. As pessoas gostam de idealizar, de imaginar, e acreditam que isto que imaginaram é o perfeito sem o menor respeito pela natureza. Daí, elas tomam tudo o que é diferente do seu modelo imaginário como algo imperfeito e repugnante, criando assim uma batalha com a natureza. A natureza reage e as doenças aparecem.
A natureza já é perfeita; é o homem que distorce tudo, pois não analisa as coisas com cuidado.
Se a pessoa falar mal de algo, é porque o mal está na cabeça dela. Por isso não lhe dê ouvidos ou vai se arrepender.
Calunga, "Tudo pelo Melhor".