o EU e a MENTE

sábado, 12 de março de 2011

"Eu não tenho vergonha de mudar de opinião.
Crescer, aprender, é mudar o modo de pensar. 

Quem não muda de opinião, é porque passa muito tempo sem aprender nada de novo. E vocês aí na Terra tem um nome para quem não consegue aprender que não é nada lisonjeiro! Mas é isso que são as pessoa que não mudam de opinião.

Eu mudo. Já mudei milhares de vezes, e acho ótimo esse jogo de cintura, essa flexibilidade, essa agilidade. Quem anda com os músculos mentais enferrujados não consegue, tem que fazer um esforço muito grande para conseguir enxergar ideias e situações por ângulos diferentes.

Acredita que, se ficar mudando, vai perder a credibilidade. Mas como é que se vai acreditar numa pessoa que é fechada, que se recusa a raciocinar sobre as ideias em que acredita? Se tem medo, vai ver que essas suas verdades não são tão verdadeiras assim, do contrário seriam à prova de qualquer análise! Sabe porque o povo age assim?

É que vocês confundem o eu com a mente. Vocês acreditam que preservam a individualidade preservando seus pensamentos, e que os pensamentos é que compõem vocês.

Na verdade, vocês não conseguem se perceber como algo sutil e único, que não vai esfacelar, não vai se diluir, se vocês soltarem o cinturão da rigidez.

O Espírito é o ser inteligente, indestrutível, coeso.


Os pensamentos, pelo contrário, se espalham, são como o ar que você expira e se mistura com o ambiente, apesar de manter suas características, porque os fluídos podem ser comparados a uma atmosfera em que estamos todos mergulhados, que recebe as qualidades dos pensamentos que emitimos, como o ar recebe as substâncias que nossos pulmões devolvem.

Numa comparação podemos dizer que, como Espíritos, respiramos fluídos. Assimilamos do meio espiritual que nos cerca - com os pensamentos e emoções dos encarnados e desencarnados que nos circundam - e devolvemos, cheios das qualidades que nos são próprias e que transmitimos aos nossos pensamentos.

Mas do mesmo jeito que vocês não são o ar que expelem, os pensamentos que emitem não são vocês. Vocês são a essência, o Ser que experimenta e decide, e que se enriquece no aprendizado da vida.

Vocês são aqueles que pensam, mas não são o pensamento; aqueles que sentem, mas não são o sentimento.

No fundo, somos silêncio e meditação, como um lago profundo cuja superfície se agita e, em profundidade, se aquieta. E nunca vamos deixar de ser, ainda que mudemos muito, que nos transformemos, que sejamos alguém novo todos os dias, porque Deus nos fez para sermos imortais, e isto nada vai mudar..."


Calunga/Rita Foelker, "Mestre de Mim Mesmo".