As pessoas são semelhantes, mas assim como a água pode se encontrar em estados diferentes, sólido, líquido e gasoso, sem deixar de ser água, as pessoas deste mundo encontram-se em três estados singulares: Inconsciente, Semiconsciente e Consciente.
As inconscientes são desprovidas de bom senso e ética, agredindo por esporte, insultando por diversão e matando sem pudores. Constituem uma quantidade significativa da humanidade.
As semiconscientes compreendem parte de seu papel no ambiente, têm algum senso de ética e justiça, mas se abstêm deles quando se veem ameaçadas, preferindo matar a perder a vida. São sobreviventes, e embora tenham tendências ao bem, ainda assim carecem da fagulha elementar. São a maioria absoluta da humanidade.
As conscientes são raras. Mais do que bondade, já atingiram um estado avançado de inocência e pureza de coração. Preferem morrer a matar, preferem sofrer a fazerem sofrer. Elas não têm medo de nada, pois já estão plenamente cientes de quem são e da verdade por detrás do mundo. São, em suma, a própria divindade finalmente personificada em todo o seu potencial.
Nosso papel em busca de nós mesmos é fazer com que esse último estado de ser fique palpável não apenas para nós, mas para outros também. Compreender onde estamos, ou melhor, como estamos é fundamental para tal intento. Ser consciente deve ser algo não apenas alcançável, mas desejável.
E eis aqui o desafio, fazer com que compreendamos que ser consciente é a melhor coisa que jamais poderemos alcançar nesta vida. Isso vale mais que dinheiro, que paixão, que sucesso, que segurança. Pois essa é a nossa Shangri-La, o nosso Graal, a nossa fonte da juventude, a nossa Terra Prometida.
Pois é somente quando o indivíduo percebe que aquilo que ele procura já está disponível nele mesmo, é que a vida finalmente faz sentido, pois ELE agora é o sentido.
Marcos Keld.