Na nossa opinião de estudiosos, o grande remédio para a harmonia do ambiente, da família, das organizações, das empresas, das instituições políticas e religiosas é “o respeito por si”. É, exatamente, a condição do indivíduo de auto-responsabilidade. Estou falando de conhecer o seu limite, de entender que a piedade pelo próximo não é uma coisa boa. A piedade quer assumir o dever do outro, deixando que ele fique no mimo e desprezando o potencial que existe em cada um de nós. Já na compaixão, o nosso ato é de elevar a pessoa à situação de compreender que ela tem capacidade.
O ser humano que não assume a responsabilidade pelo seu melhor, que não quer cuidar de si, que prefere rolar pelo desespero, pelo mimo, pela vagabundagem se compromete consigo mesmo. A natureza não quer que você faça o que não sabe, mas que esteja em harmonia consigo mesmo. Se não age assim, você se compromete e, aí, as leis de proteção não mais o protegem. Você vai experimentar, então, o que está plantando. Ninguém vai livrá-lo disso, porque é você que tem que resolver por si. O que é da sua responsabilidade, nós não temos permissão para fazer, porque senão estaremos indo contra Deus e entraremos também no processo de dor e sofrimento. A lei é igual para todos.
Vocês tem pavor da auto-responsabilidade, pavor daquilo que cabe a vocês. Estão sempre na infantilidade. E o que é a auto-responsabilidade? É assumir com coragem o que você é. É aprender a tomar conta de si e a não ficar esperando dos outros. Só mesmo recorrer aos outros quando perceber que você chegou ao limite da sua capacidade. Aí, sim, você tem o direito de recorrer à ajuda, e ela sempre vem, porque é uma ajuda justa. Deus não desampara ninguém. O que você precisa vai chegar por intermédio de alguém, seja de um desencarnado ou de um encarnado. Todo mundo pode ser veículo da sua ajuda. Mas ela vem só quando você já fez até o seu limite.
A espiritualidade é a conquista do mundo interior.
Um espiritualista é um ser que está marchando consciente para essa conquista interior, porque o universo externo é apenas consequência do universo interno. E no interno, ele repousa sua meditação e seus esforços. Portanto, ele se conquista. E a conquista do mundo interior é também a conquista do mundo exterior. É só nessa conquista que a dor desaparece e o prazer e os estímulos superiores da evolução começam a fazer parte da nossa vida. A felicidade é o produto final da conquista de si. Quem se desvia de si está causando o sofrimento. Mas a vida vai fazer de tudo para puxá-lo de volta para o seu caminho natural.
A natureza tem a sua direção, é organizada. A natureza em cada um é definida e clara. É você quem faz confusão. Mas a confusão é um estado temporário. Nós vamos superando pouco a pouco, firmando a nossa consciência, o nosso centro interior, que é baseado no culto da auto-responsabilidade. Isso é para qualquer um, não importa a sua origem, suas influências religiosas e políticas. Ninguém vai fugir da responsabilidade, porque é um treinamento da vida.
Calunga, "Um Dedinho de Prosa".