Se estiver sofrendo de ciúme, simplesmente observe como esse sentimento brota em você — como ele o arrebata, envolve você, nubla a sua visão, tenta manipulá-lo. Como ele o arrasta por caminhos que você nunca quis seguir, como acaba gerando uma enorme frustração, destrói a sua energia, dissipa a sua energia e deixa você deprimido, frustrado.
Veja apenas a facticidade do ciúme — sem condenação, sem avaliação, sem nenhum julgamento nem contra nem a favor. Só observe, alheado, distante, como se você não tivesse nada a ver com ele. Seja extremamente científico nessa observação.
Uma das maiores contribuições científicas feitas ao mundo foi a observação imparcial, neutra. Quando o cientista faz um experimento ele simplesmente observa sem nenhum julgamento, sem tirar nenhuma conclusão. Se ele já tivesse uma conclusão em mente, isso significaria que não é um cientista; essa conclusão afetaria o experimento.
Seja um cientista do seu mundo interior. Deixe que a sua mente seja o seu laboratório e apenas observe — sem nenhuma condenação, lembre-se. Não diga: “O ciúme é ruim”. Quem pode saber? Não diga: “A raiva é ruim”. Quem sabe? Sim, você ouviu dizer que ela é ruim, já lhe disseram isso, mas isso é o que os outros dizem; não é a sua experiência.
Você precisa ser muito existencial, empírico — a menos que a sua experiência prove, você não dirá nem sim nem não a nada. Você tem de ser extremamente imparcial. E então a observação do ciúme se revelará um milagre.
Você simplesmente observa sem ter tomado nenhuma decisão, só vê exatamente o que está acontecendo. O que é esse ciúme? Que energia é essa que chamam de ciúme? E observe-a como se observasse uma rosa: só olhe para ela.
Quando não existe nenhuma conclusão, os seus olhos ficam claros. A clareza só é possível àqueles que não têm conclusões. Observe, olhe para o ciúme e ele ficará transparente; então você saberá que esse sentimento é uma estupidez. E conhecendo essa estupidez ela se dissipará por conta própria. Você não precisará se livrar dela.
Osho, “Saúde Emocional: Transforme o Medo, a Raiva e o Ciúme em Energia Criativa”.