Então, eu vou aprender, porque o Universo sempre dá tudo o que eu quero. E eu quero aprender, quero ver. Ó Universo, eu quero ver onde estou errando. Me mostre porque estou aberto, porque quero consertar isso. Chega! O que eu preciso fazer; vou fazer. Vou largar esses medos todos e vou fazer. Vou sair por esse mundão afora e não quero mais saber de amolação, de gente em volta de mim, me enchendo a paciência, porque anulo tudo. Não venha se queixar, não venha reclamar de mim, não, porque não escuto mais nada, estou muito louco. Se não gostou, vá lamber sabão. Faça o melhor para você, o que realmente o faz se sentir bem. Essa é uma boa resposta.
- Ah, Calunga, mas isso é tão agressivo, é tão sem educação.
- Uai, e eu lá quero ter educação e sofrer, dar liberdade para os outros terem esse espaço na minha vida? A menos que você tenha outro tipo de sentimento, se puder levar os outros na conversa, então leve. Agora, se não puder, use o que tem, use a revolta:
- Ah, não tolero mais e chega! Vou anular isso em mim. Os outros podem falar, porque a boca é deles, mas eu vou anular. Os outros em volta ficam fazendo aquele dramalhão e você fica só sentadinha na almofada azul, de veludo, pensando: - É tudo besteira desse povo, é tudo bobagem desse povo. Eu sou eu, vou para onde eu quero, faço o que eu quero. Esse povo pode berrar, que não me impressiona. Você fica sentadinha na almofada, só gozando o poder de não deixar ninguém impressioná-Ia, bem marruda.
Gosto de mulher marruda, de homem marrudo, mas inteligente, porque não pode ser burro. Marrudez com ignorância vira agressividade e só gera agressividade. Mas eu não quero isso, não. Quero anular o poder desse povo sobre mim. Ninguém tem poder sobre mim. Ninguém manda em mim, só faço o que eu quero mesmo, quem responde por mim sou eu. Não respondo por ninguém, não me justifico para ninguém. O "mim" é que é importante. Quem paga as minhas contas sou eu, quem paga o preço do que eu fizer sou eu, então vou responder para mim, não vou responder para ninguém. Que se dane! Cada um que aprenda a ficar dentro de si, porque eu já estou dentro de mim e não me incomodo com ninguém. Se os outros não querem mudar, o azar é deles, porque eu mudei.
Ah, bendita hora em que você fizer isso! É a libertação, é a empolgação de viver. As coisas não nos afetam mais e a gente vai ficando entusiasmado. E quer fazer isso, quer fazer aquilo, vai daqui e vai dali. Às vezes, dá uma fraquejadinha, mas também não faz mal dar uma fraquejadinha, porque o propósito é muito forte e logo a gente pega de novo a nossa causa e vai em frente. Pois todo mundo tem uma causa na vida. Uma causa é uma conquista que a gente quer. E a conquista do poder interior, a conquista do equilíbrio, da impressão, a conquista do domínio da própria vontade, da força que se dá a si mesmo, do bem que se quer são muito fortes. É a causa da maioria das pessoas encarnadas ou mesmo desencarnadas, porque morreu, mas continua tentando o que não pôde ter.
A vida, seja na matéria ou fora dela, é rica e estimulante no que diz respeito à conquista de cada um. No mundo, porém, você só tem que conquistar a si mesmo, não conquista ninguém.
Conquistar os outros não é
tão importante,
o que importa é conquistar você.
Cada um deverá conquistar a si mesmo e mudar a si mesmo. Pois ninguém muda ninguém, não é verdade? Cada um tem responsabilidade diante de si. Não importa se, às vezes, a pessoa parece inocente, imatura, porque a vida ensina como tem ensinado você. A gente está confiando, portanto, na grande professora que é a vida. E se ela é uma grande professora que cuida de todos, não é você quem tem que se responsabilizar pela vida de ninguém: nem de filho, nem de marido, nem de mãe, nem de pai, nem de pobre, nem de rico, nem de nada. Nós não temos responsabilidade sobre a vida de ninguém. Quando alguém procura a nossa ajuda, a gente dispõe do que tem. Serviu, serviu. Se não serviu, paciência, vá procurar outro. Porque eu sou o que sou e dou o que tenho.
Dizer para dar o que você tem é na verdade dar somente o que gosta de dar. Não gosto de lidar com tal coisa, então não lido. Sou só bom no que sou. O bem em mim é o que eu faço com prazer e não com sacrifícios. Eu sou bom aqui, como Calunga, para dar esse empurrão nas pessoas. Gosto da alegria, do bem. Dou esse empurrão. Claro que dou, mas se a pessoa quer aceitar ou não, não é mais do meu domínio. A gente respeita a individualidade de cada um e se reserva as próprias forças para aquilo que a vida exige de nós para conosco. Então, cumpra a responsabilidade diante de si - a grande e a primeira responsabilidade de qualquer ser é diante de si - porque só mesmo o si tem acesso ao mundo interior. Então, a grande responsabilidade primeira é com você, e, se as coisas não vão bem, você é o responsável.
Se acordar para isso, não há quem o segure, porque, se você não se segura, quem vai segurá-Io? E a gente se segura, segurando-se nos problemas dos outros. A vida só faz o que você quer. Se você abriu, ela abriu. Se você fechou, ela fechou. Se deu, ela deu. Se tirou, ela tirou. Se você foi para a falta, faltou. E assim vai, minha gente.
Hoje é o dia que você vai escolher para dar a sua grande virada. Essas palavras não estão na sua vida hoje por acaso. Elas são um chamamento às suas preces, à sua vontade de crescer, de melhorar. A sua própria força de melhora atraiu essas palavras para você e eu sou apenas um humilde representante dessa grande força em nós, que está servindo de canal para lhe dizer: "Acorde, homem! Hoje é o dia de você virar a mesa".
Hoje vai ser o grande dia D, o dia da mudança, o dia em que você deixou de ser pamonha, tonto, cheio de piedade, cheio de submissão, cheio de sacrifício, de crenças negativas em nome da autodefesa, de medo, cheio de coitadinho, cheio dessas coisinhas de mimado, de ficar se protegendo feito uma criança tonta, debilóide. Liberte o seu espírito para fazer o que você gosta, para se tornar adulto, forte. Você também pode ser feliz!
O mal está na cabeça e é você que o mantém ali. O mal está na maneira de ver e não nas coisas vistas. Se você vê com o mal, o seu corpo reage criando o mal-estar avisando que o pensamento é inadequado. E se você insiste em crer nele, ele se tornará sólido e real em sua vida.
Vá, que o Universo vai consigo, minha filha. Largue o mal da cabeça, que o bem vai com você. Largue as dores e as feridas do passado, as coisas mal resolvidas. Olhe para dentro de você e perceba quantos ferimentos você guarda da época em que não se amava e não se tratava bem e atraía para você uma porção de coisas ruins: gente que não a tratou bem, gente que a desrespeitou, gente que a humilhou, gente que a desprezou, gente que a feriu e tripudiou em cima do seu fracasso. Isso estava de acordo com a sua cabeça da época, os pais, os professores, os amigos, tudo estava de acordo com a sua cabeça. Você não tinha essa dignidade para consigo. Você se submetia, dava muito poder ao que as pessoas falavam, se impressionava, se judiava, queria se vingar, porque estava ferida e você se fechou, se negou, dizendo:
- Não, não vou mais, nunca mais. Agora, vou fazer isso, fazer aquilo, porque onde já se viu ...
E foi se fechando, se negando. Aquelas marcas e feridas que podem virar purgação, que podem virar doença foram ficando dentro de você. Mas neste dia que você escolheu para ser o seu dia especial, nós que fizemos esse dia juntos na amizade que nos une como seres humanos, eternos, vamos passar para uma outra coisa. Vamos virar a página do livro? Vamos dizer:
- Tudo aquilo que passei, fui eu que criei com a cabeça que tinha. Foi válido porque correspondia à minha própria ignorância. Sempre me anulei, me fechei, me escondi, temi o mundo, temi as pessoas. Sempre esperei muita coisa boa dos outros e nunca fiz muita coisa boa comigo. Então, colhi o que plantei. Venho fazendo isso quem sabe há muitas vidas na ignorância da verdade, aprendendo, através do sofrimento, a superar as ilusões e a descobrir os poderes que há em mim. Então, neste dia que estou virando a mesa, estou dizendo para mim, mas mais que dizendo, estou assumindo uma atitude: a de que o passado não tem mais força sobre mim, porque estou mudando em mim.
Quando eu mudo em mim,
o mundo muda para mim.
Essa é a chave da importância de tudo.
Calunga, "Tudo pelo Melhor".