O que você mais odeia nas pessoas?
Identifique o que realmente lhe incomoda.
Eu não quero as coisas que simplesmente você não gosta mas a coisa que chega a lhe deixar furioso.
Já lembrou?
Por que será que essa coisa nos outros mexe tanto com você?
Percebe que existem tantas coisas que você não gosta de ver nos outros mas não chegam a lhe incomodar realmente e particularmente essa o incomoda?
Agora, tenha um pouco de coraqem e verifique se você também costuma fazer essa coisa, só que não gosta de saber que faz, pois é algo que o seu lado perfeccionista abomina e condena.
De imediato você pode dizer que não. Isso é normal, afinal de contas você até hoje tem tentado esconder isso de si, para não se reprovar e se punir, como sempre faz nesses casos.
O nome disso é inconscientizar. Ou seja, tornar inconsciente, jogar para o fundo escuro de nossa percepção.
Em nosso dia a dia, é comum nós não vermos o que fazemos, pois nós podemos treinar nossa percepção a ver ou não ver o que quisermos.
Nossa consciência é como um farol: só o que é focalizado pode ser visto; o resto fica nos escuros da inconsciência até que nós voltemos a prestar atenção.
Se eu olho para um lado, os outros lados ficam inconscientes até que eu gire o meu olhar para tornar consciente os outros lados. Com isso podemos evitar olhar para o que não é de nosso interesse olhar. Fingimos que algo não existe e depois fingimos que não estamos fingindo.
Assim, tornamos o que é inconveniente totalmente inconsciente. Quando nossas ilusões não gostam da verdade, nós costumamos inconscientizá-la.
Você sabe como gostamos de nos iludir, de sonhar, de imaginar, a pretexto de sermos positivos ou otimistas, e por isso achamos a verdade cruel e fugimos dela. Não vemos nem em nós nem nos outros o que não queremos ver e sempre acabamos por pagar um preço muito alto por isso ...
Vivemos reprimindo os nossos impulsos indesejados, nossas vontades que o mundo ao nosso redor não aceita, nosso jeito de ser que pode incomodar os outros e despertar críticas.
Você nunca se pegou naquela situação em que você está andando na rua e, de repente, uma velhinha que está na sua frente escorrega em qualquer coisa e quase cai. A sua vontade imediata é de rir, mas você se censura e contém o riso de dois jeitos ao mesmo tempo. Primeiro no corpo, retesando os músculos do rosto, bloqueando o fluxo do impulso indesejado; depois, inconscientiza a imagem engraçada da velha escorregando. Quer dizer, para se segurar você fica tensa, porque não dá para pensar na cena, senão desata a rir. Precisa distrair a cabeça em qualquer outra coisa, e distrai pensando que coisa triste aconteceu com a velhinha.
Muitas vezes você está assistindo a um filme emocionante e sente vontade de chorar, mas reprime. Como? Aperta o peito, a barriga, aperta tudo e distrai a atenção disfarçando e fazendo o contrário, ou seja, rindo feito bobo. Você não se permite chorar para não se expor, porque está preocupado com o que os outros vão pensar de você.
Então você se reprime para continuar mantendo a imagem de pessoa maravilhosa. Ainda mais se você for homem, porque homem é forte e não chora por bobagens.
Se você vai viajar e devido à distância precisar ir de avião, isso pode ser um problema se você tem medo de andar de avião. Como você precisa empreender a viagem, você reprime o medo apertando o diafragma, o corpo todo, bem como a aura, e fica encolhido para não sentir. A aura é o seu campo energético, um campo de força que existe em você, que se exterioriza e que está relacionado com o corpo astral.
E o que a aura tem a ver com a repressão?
Na repressão, o que primeiramente encolhe não é o corpo físico, apesar de aparentemente dar essa impressão. O corpo físico não sente, não tem sensações.
Quem sente é o corpo astral, e é ele que encolhe, por isso diminui o medo, a dor, etc. É no corpo astral que circulam as sensações que repercutem no corpo físico.
Quando você diz que soltou os músculos, o que de fato você soltou foi o corpo astral, e em seguida o físico acompanha essa postura.
Toda tensão física é decorrente de um fator psicológico que atua no corpo astral e este no corpo físico.
Eu cheguei a essa conclusão quando um dia estava deitado na cama e, de repente, saí do corpo físico. Este ficou na cama e eu mexia nele e ele estava duro como um pedaço de madeira. Aí eu vi que o corpo em que eu estava, o astral, era igualzinho ao corpo físico. Eu sentia o meu pé, as minhas mãos, mas apertava as mãos do corpo físico e não sentia nada. O mesmo acontece com a pessoa que desmaia diante de uma situação que ela vê como complicada ou dolorosa. Ela larga o corpo físico para conter o impacto da dor ou da situação.
Acredito que você conhece pessoas que estando numa situação ruim fogem dela de muitas maneiras. Por exemplo, se drogando, se alienando, dormindo, etc.
Elas acreditam que fugindo vão se safar da situação. Só que quando retomam está tudo igual. E vai estar mesmo, porque não fizeram nenhum trabalho de modificação.
Então, para não ter sensações e sofrer o impacto da dor, as pessoas se reprimem, se encolhem, e a energia começa a deixar de circular. Junto com o encolhimento, distraem a cabeça de vários modos, porque tudo isso é instintivo e não precisa ser ensinado para ninguém.
Agora, você acredita que o material que você recalcou desaparece de você?
Sinto avisar que ele não deixou de existir.
Luiz A. Gasparetto.