O homem surge com todo o potencial de ser um Deus, mas permanece um animal, simplesmente porque se apega a energias cruas. Ele nunca tenta mudar essas energias cruas para uma forma mais refinada.
Elas podem ser mudadas: a raiva pode virar compaixão — apenas precisa passar pela meditação —, a ganância pode virar partilha, a luxúria pode virar amor, o amor pode virar oração.
No entanto, vivemos no último degrau da escada, vivemos onde nascemos. Nunca pensamos em nós mesmos como seres humanos potenciais. Subestimamos a vida, como se já nascêssemos inteiros, completos, perfeitos.
Mas isso não é verdade.
Nascemos com capacidade para ser perfeitos, nascemos com potencial para chegar ao pico mais alto. Mas é só um potencial — tem de ser concretizado. E para concretizá-lo precisamos de uma certa metodologia.
Certa ciência é necessária, e é a ciência da meditação. Não é uma ciência complicada, é muito simples. Mas às vezes acontece que perdemos a coisa mais simples da vida. Perdemos o óbvio, porque estamos sempre olhando para longe.
Somos sempre atraídos pelo distante, pelo longínquo, enquanto o mais próximo está sempre disponível.
Quando você se voltar para dentro, ficará surpreso pelo fato de isso ser um fenômeno tão simples e, no entanto, de tamanha beleza — a maior alegria possível, o maior desabrochar possível. Como você pôde perder isso por tanto tempo?
Você nem conseguirá explicar para si mesmo por que e como esperou tanto. E é um fenômeno que pode transformar todo o seu ser em outro.
Osho, "Meditações Para a Noite".