Comumente pensamos que rezar é pedir alguma coisa, exigir, reclamar; você tem desejos e Deus pode auxiliá-lo a satisfazê-los. Você vai à porta de Deus e pede algo; você vai como um mendigo. Para você rezar é mendigar. Mas rezar não pode ser mendigar; a prece só pode ser um agradecimento, uma gratidão. E isto é totalmente diferente. Quando você vai mendigar, sua prece não é um fim, é justamente um meio. A prece em si não tem significado porque você está rezando para obter algo — esse algo é que é significativo, não a prece. E, muitas vezes, você pede e seus desejos não são atendidos. Então, você abandona a prece e diz: "Inútil!" Para você, ela é um meio.
A prece não pode nunca ser um meio, assim como o amor também não pode. O amor é um fim: você não ama para obter algo mais, o amor em si mesmo tem um valor intrínseco — você simplesmente ama! Ele é uma bênção! Não há nada além. Não existe nenhum resultado a ser obtido através dele. Ele não é um meio para se atingir algum fim; ele é o fim! E rezar é amar — você simplesmente reza e alegra-se com isso; não pede, não mendiga.
A prece em si mesma, intrinsecamente, é tão bela, você se sente tão extasiado e feliz, que simplesmente agradece ao Divino por Ele ter lhe permitido ser, respirar, olhar — que cores! Por ter lhe permitido ouvir, estar consciente. Isso não foi adquirido, é um presente. Você vai ao templo com um profundo agradecimento, apenas para agradecer: "Seja o que for que Você tenha me dado, é muito. Eu nunca mereci!" Você merece alguma coisa? Você consegue encontrar algum merecimento em si mesmo? Se você não estivesse aqui, poderia dizer que alguma injustiça foi feita a você? Não! Tudo o que você tem obtido é simplesmente um presente vindo do amor Divino. Você não o merece.
Deus transborda em Seu amor. Quando você entende isso, uma qualidade nasce em você: a qualidade do agradecimento. Então, vai a Ele simplesmente e Lhe agradece, sente apenas gratidão. Gratidão é prece; e é tão belo sentir-se grato! Nada pode ser comparado a isso! A prece é o ápice da felicidade, não pode tornar-se um meio para qualquer outro fim.
OSHO, “A Semente de Mostarda”.