Recorda-te: mesmo uma cólera autêntica é melhor que um sorriso falso, porque, pelo menos, é autêntica.
E um homem que não pode sentir-se autenticamente encolerizado não pode, absolutamente, ser autêntico. Pelo menos ele é autêntico, verdadeiro, verdadeiro para com o seu ser. Seja o que for que aconteça, poderás confiar nele, porque é verdadeiro.
E minha observação é esta: uma verdadeira cólera é bela e um sorriso falso é feio. Uma cólera verdadeira tem sua própria beleza, tal como o verdadeiro amor — porque a beleza está relacionada à Verdade.
Não se relaciona ao ódio, nem ao amor. A beleza diz respeito ao verdadeiro. A Verdade é bela, seja qual for a forma que tome. Um homem verdadeiramente morto é mais belo do que um homem falsamente vivo, porque ao menos a qualidade básica de ser verdadeiro está presente nele.
A esposa de Mulla Nasrudin morreu. Os vizinhos reuniram-se, mas Mulla Nasrudin permanecia em pé, completamente tranquilo, como se nada tivesse acontecido. Os vizinhos começaram a gritar, a chorar e disseram: — "Que estás tu fazendo aí, em pé, Nasrudin? Ela está morta!"
Nasrudin disse: — "Esperem! Ela era tão mentirosa que eu devo esperar pelo menos três dias para ver se é verdade ou não."
Mas recorda-te disto: a beleza é a da Verdade, da autenticidade. Torna-te mais autêntico, e florescerás. E, quanto mais autêntico te tornares, mais sentirás que muitas coisas se estão desprendendo por elas próprias.
Tu não terás feito esforço algum para que isso acontecesse; elas se desprenderão por si próprias. E, desde que sintas o toque de tal coisa, tornar-te-ás mais e mais desprendido, mais e mais natural, autêntico.
Osho, "Tantra: A Suprema Compreensão".