As palavras de OSHO

domingo, 10 de abril de 2011

Disseram a Osho:
Eu gosto muito de ouvir suas palestras, mas odeio as meditações. Está tudo OK, Osho? Talvez meu caminho é o da oração.

Se você realmente aprecia minhas palestras você vai apreciar as meditações também porque elas estão interligadas. Na verdade, minhas palestras nada mais são que aperitivos — se você gostar do aperitivo e não gostar do almoço vai morrer mais cedo ou mais tarde. Você vai morrer de fome.
As palestras são apenas para prepará-lo para as meditações. Se você odeia as meditações, então você não me ouviu. Então você pode pensar que você me ouviu, mas você não ouviu.
Ouvindo-me, o que mais há para fazer? Se você já me ouviu vai estar pronto para ir fundo nas meditações. E tudo o que eu estou dizendo será uma experiência real apenas quando você tiver ido para as meditações. Então isso vai se tornar a sua experiência. 
Ouvindo-me, isso permanecerá algo emprestado, ouvindo-me você ficará vibrando com a possibilidade disso, ouvindo-me é como se eu estivesse falando sobre o maravilhoso Himalaia — e você me ouve e gosta disso. Mas você nunca foi ao Himalaia e tudo o que eu digo é nada comparado com a beleza do Himalaia. Como é que ela pode ser traduzida em palavras? Você terá que ir.
Se você está realmente ouvindo-me, um dia, de repente, você vai sentir: "Agora chegou a hora e eu tenho que ir para a aventura. Eu tenho que correr o risco." Meditações são a verdadeira jornada. Aqui eu simplesmente seduzo você para meditar. Não é o fim, é o começo.
Ouvi contar:
Um lanterninha ficou espantado ao ver um grande urso marrom sentado na primeira fila, comendo amendoim.
"Ei, você!" ele gritou. "Você é um urso! O que você está fazendo aqui?"
"Ora, eu gostei tanto do livro", respondeu o urso, "que pensei que iria gostar de ver o filme."
Se você realmente está me ouvindo e gostando disso, um dia você vai querer ver o filme também.
Se é verdade que você aprecia tudo o que estou dizendo, então como é possível que você odeie as meditações? Eu não sou um entretenimento. Talvez você esteja me usando como um entretenimento. Talvez ficando aqui por uma hora e meia todos os dias você esquece suas preocupações — por uma hora e meia você é transportado para outro mundo, para meu mundo.
E você vê coisas bonitas — pelo menos você as visualiza, imagina-as — e então você se vai. Então você se torna viciado nisso. Todo dia você tem que vir e me ouvir. Agora é só um intoxicante. Isso não vai ajudar.
Eu estou falando sobre comida — só a palestra sobre a comida não vai ajudar. O menu não é a comida. As palestras são apenas o menu, e você terá que fazer um pedido.
Isso aconteceu:
Um playboy americano estava dando uma olhada em um dos hotéis mais luxuosos de Paris. Ele disse ao funcionário que queria o melhor quarto.
Quando chegou ao quarto, ficou impressionado com o mobiliário requintado e com a decoração de bom gosto.
Entretanto, viu uma série de botões coloridos na parede. "Diga-me," ele perguntou ao mensageiro, "para que são esses botões?".
"Bem, senhor", disse o mensageiro, "quando você pressiona o dourado, uma bela loira aparece."
"Continue", disse o playboy exaltadamente.
"Quando você aperta o vermelho, uma ruiva aparece. E quando você aperta o marrom, uma bela morena aparece."
"Vamos esquecer o quarto", disse o playboy. "Vou levar os botões."
Mas os botões vêm com o quarto; apenas levar os botões para casa não vai ajudar — porque você pode continuar apertando os botões, mas ninguém vai aparecer.
Nas memórias de Lawrence da Arábia, ele escreve que uma vez levou doze árabes para a França com ele.
Essa foi a primeira vez que eles tinham saído do seu país. Houve uma grande exposição na França e Lawrence levou-os para vê-la.
Mas ele estava muito confuso. Depois que eles entraram na banheira, não queriam mais sair. Eles podiam ficar por horas no banho! Mas ele pensou: "É natural. Eles vêm de um país desértico, onde a água é muito escassa então eles estão aproveitando a banheira e a ducha".
Eles podiam ficar pulando e dançando no banheiro e não tinham o menor interesse na exposição. Na hora de voltar — e eles estavam sempre com pressa para voltar ao hotel, eles diziam: "Vamos para cima". E eles corriam para o banheiro e se divertiam.
No último dia, quando todas as malas estavam prontas e colocadas nos carros e eles estavam saindo para o aeroporto, todos os árabes desapareceram de repente. Lawrence se questionou para onde eles tinham ido porque eles estavam atrasados. De repente ele se lembrou que talvez eles tivessem voltado ao banheiro. Então ele correu para cima e eles estavam todos lá, tentando tirar as torneiras.
Ele perguntou: "O que vocês estão fazendo?"
Eles disseram: "Nós pensamos que poderíamos levar essas torneiras. Vamos aproveitá-las na Arábia."
Eles achavam que a água vinha por meio delas. Era um milagre! Eles não sabiam que havia um encanamento e um grande mecanismo por trás disso e você não pode simplesmente levar as torneiras - elas não seriam de nenhuma utilidade.
O que estou dizendo para você é apenas como uma torneira. Existe uma grande fonte por trás de onde tudo vem. A menos que você vá lá, apenas me ouvir não vai ajudar. Pode ser um alívio, um consolo, um vício, mas não vai trazer nenhuma revolução em sua vida.
Você diz: Está tudo OK, Osho? Não está OK de jeito nenhum. Você está desperdiçando seu tempo. Se você parar de me ouvir e continuar com as meditações é muito melhor que parar as meditações e me ouvir. 
Osho, "Tao: The Pathless Path".