Se é bom, é meu (1)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tudo é muito simples na vida. É o que é. Vocês ficam querendo mudar as coisas, mas não tem nada que mudar e, sim, que deixar a vida correr. Há algum tempo, aprendi uma coisa muito importante. Digo assim:
- É bom, é meu. Não é bom, não é meu.
- Ah, estou sentindo uma tristeza.
- Não é bom? Então, não é meu. Deve ser de alguém, de alguma entidade, pois eu não gosto de tristeza. Eu sou alegre.
- Ah, tenho carência afetiva.
- Eu não tenho carência de nada. Deve ser de alguém. Não é meu. Sai daqui demônio. Não quero isso.
- Ah, tenho pensamento ruim.
- Eu não estou pensando nada ruim. Deve ser de alguém e as minhas antenas captaram. Já sei que é dos outros.
- Assim, vou aprendendo a separar as coisas.
Cada um tem o direito de ver a vida como quer. Se a pessoa gosta de se queixar, de falar mal dos outros, de achar tudo ruim na vida, de meter o pau na sociedade, ela tem o que ela quer. Eu não entro nisso. Para mim, está tudo bom. Morreu? Morreu, enterrou. Foi embora? Ah, foi embora. Caiu? Quem cai levanta e vai andando. É tudo muito simples. Eu não vou amolar a minha vida com essas bobagens.
Vocês ficam atrás da vida dos parentes. O que tem de gente pamonha! Todos perturbados, complicados e doentes por causa dos outros. Vocês se infernizam por causa dos outros. Mas é tão bom ser simples. Ah, deixa falar. Eu faço as coisas do meu jeito. Eu quero muito aproveitar a minha vida. Está tudo bom, porque, se é ruim, não é meu. Ruim é dos outros. Bom é meu.
- Você acha, Calunga, que agora vou ser uma pessoa irresponsável, que vai deixar todos os problemas de lado?
Uai, não dá para resolver mesmo! Por que você fica se amolando com isso? Caiu, levanta. Aí, já resolveu. Se não dá para resolver é porque não é meu.

Você já tentou mudar? Se fosse seu, você já teria mudado. O que é da gente, muda fácil, se quiser mesmo. Faça o teste. Jogue fora. Se melhorou, é porque não era seu. Não fique pelejando com as coisas.
Calunga, "Um Dedinho de Prosa".