Seja tão compreensivo para com os seus pais como gostava que eles o fossem para você.
Mais uma vez recordo que, quem começa a trilhar os caminhos da espiritualidade, não pode nunca pretender mudar as outras pessoas. Em primeiro lugar, somos nós quem temos de libertar todos esses sentimentos reprimidos que nutrimos em relação aos nossos pais e, em seguida, somos nós quem temos de os perdoar por não serem quem nós queríamos que eles fossem. Queremos sempre que as pessoas sejam como nós, pensem como nós, vistam-se da mesma maneira que nós e façam as mesmas coisas que nós fazemos. Contudo, na realidade, as coisas não são bem assim.
Sei que muitos de vocês, mesmo depois de adultos, continuam envolvidos em jogos de poder com os pais. Os pais têm o poder de nos influenciar para desencadear uma guerra, mas se quisermos parar de jogar esse jogo, a primeira coisa a fazer é deixar de tomar parte nele. Está na hora de crescer e decidir o que quer fazer. Se achar melhor, já está na hora de os chamar pelos primeiros nomes. Tratar os pais por Mãezinha e Paizinho quando já atingimos os 40 anos é uma maneira de preservarmos o nosso papel infantil. Assuma antes a posição de adultos em base de igualdade.
Você tem direito a viver a vida que quer. Tem direito a uma vida adulta. Eu sei que pode não ser fácil. Primeiro terá que decidir aquilo que quer realmente e depois terá de ‘o explicar’ aos seus pais. Não lhes atribua as culpas. Pergunte: "Como é que vamos resolver este assunto?"
Lembre-se que a compreensão é acompanhada do perdão e com o perdão chega o amor. Quando conseguimos atingir o ponto em que podemos perdoar e amar os nossos pais, isso significa que também começamos a estar preparados para apreciar relações que nos satisfaçam com outras pessoas.
Acredito piamente que se evitariam muitos problemas se conseguíssemos que estes jovens, antes de tomar algumas atitudes, fizessem uma pergunta importante a si próprios: "Isto vai fazer-me sentir melhor a meu respeito?" Podemos ajudar os nossos adolescentes a olhar para as diversas opções em cada situação. O poder escolher e a responsabilidade devolve-lhes o Poder nas suas vidas. Permite-lhes fazer qualquer coisa sem se sentirem vítimas do sistema.
Se pudermos ensinar aos nossos filhos que não são vítimas e que é possível mudar as suas vivências simplesmente assumindo as responsabilidades da vida, poderemos começar a ver progressos enormes acontecer.
Louise L. Hay, "O Poder Está Dentro de Si".