O amor não deve ser uma obrigação; no momento em que você faz dele uma obrigação, ele se torna artificial, superficial. Não chega nem à profundidade da pele.
O pai diz: "Ame-me porque sou seu pai". Ele está dando um motivo para o filho amá-lo, como se o amor precisasse de motivos. Os pais não criam situações em torno das quais a criança espontaneamente desabroche em uma pessoa amorosa; eles apenas impõem a ideia.
Se a criança não sente amor naturalmente, sente-se culpada — porque não ama a mãe ou o pai, e isso é ruim, não é assim que as coisas deveriam ser. Ela começa a se condenar.
Se tenta amar só para evitar a culpa, o filho sabe que isso é hipocrisia, mas tem de aprender a hipocrisia porque precisa sobreviver. É uma questão de vida ou morte para ele. Ele tem de amar também os irmãos e as irmãs, os tios e as tias.
Tem de amar, e esquece completamente que o amor poderia ter tido um crescimento natural. Agora o amor se tornou um dever, uma ordem a ser cumprida. Por isso, o filho vai cumprindo.
Esse gesto se torna vazio e acaba se convertendo no padrão para toda a vida.
Osho, "Meditações Para o Dia".