O mundo mental, o astral e o mundo espiritual

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Estamos ressoando na terceira dimensão, a dimensão da mente, da matéria, da linearidade do tempo, dos contrastes, da ação e reação. Porém, há dimensões superiores que, devido à linearidade de nosso aparelho mental não é possível explicar ou acessar mentalmente. Daí a necessidade não de parar o aparelho mental, já que é impossível, mas de aquietá-lo, sossegá-lo, de submetê-lo à nossa gerência. Esse poder nosso EU Consciente possui. Assim, quem deseja realizar algo conscientemente terá que fazer com que o aparelho mental seja disciplinado, ordenado, pois o mundo das realizações ou o mundo espiritual só é acessado através do mental gerenciado.
A mente é única, universal, e cada um, de acordo com o grau de desenvolvimento de seu aparelho mental, acessa essa mente universal. Ou seja, o mental é um aparelho DENTRO da mente universal. Nesse aparelho expressa-se a Consciência, que é linear, estabelecendo um consenso de realidade.
No entanto, apesar da linearidade, a Consciência tem níveis que se alteram. São os chamados estados alterados da Consciência. Quanto estamos dormindo, no sono ou em viagem astral, estamos num estado alterado de Consciência, isto é, ela se desloca para um nível diferente daquele da vigília. O mesmo acontece quando se está embriagado, drogado, hipnotizado, em transe mediúnico, em alfa. Nesses estados, a lucidez vacila, a coragem, o humor, o senso de realidade, a percepção de tempo e espaço, tudo se altera. Sabendo disso, o que fazem os gurus orientais? Por meio de exercícios específicos, procuram subjugar o mental para experienciar o satori, que é uma visão ampliada, chamado estado de iluminação. A própria meditação é uma prática que leva ao estado alterado de Consciência.
Dessa maneira, o aparelho mental precisar ser DISCIPLINADO para que as forças da Sombra sejam condicionadas e possa desempenhar o seu papel, no sentido de fazer com que as coisas andem e as realizações se processem.
O mundo astral
O MUNDO ASTRAL NÃO É OUTRA DIMENSÃO, mas outro plano da terceira dimensão, que funciona como o mundo daqui, sendo que a dor também se faz presente. Lá tudo É CONCRETO,  existe a linearidade do tempo, a lei da ação e reação, ou seja, É UM MUNDO TAMBÉM MENTAL. A GRANDE DIFERENÇA ENTRE O MUNDO DOS VIVOS E O ASTRAL É QUE NO MUNDO EM QUE VIVEMOS, AS MOLÉCULAS SÃO MAIS COESAS, FAZENDO COM QUE TUDO SEJA MAIS DENSO, QUE O PROCESSO DE REALIZAÇÃO SEJA MAIS LENTO, FACILITANDO O DESENVOLVIMENTO DO CONTROLE MENTAL.
No astral, as moléculas sendo menos coesas, a plasticidade aumenta, favorecendo a manipulação da matéria, bastando uma simples concentração para se materializar o que se queira. Claro que vai depender da habilidade desenvolvida de cada um. Daí a importância DO CONTROLE DO MENTAL. O que levamos para o mundo astral? Nosso aparelho mental, nossos pensamentos, nossas crenças e nossas atitudes. O desencarnado desavisado DO PODER DO APARELHO MENTAL E DE SEU CONTROLE, chegando lá vai sintonizar um mundo caótico, ilusório, com consequências dolorosas. Por isso, a necessidade que temos, tanto AQUI COMO LÁ, de aprender a controlar:
  • imaginação - a imaginação descontrolada é a mestra das fantasias;
  • importância - dar importância é importar para si;
  • crer - em que estamos pondo nossa fé, nossa crença?
  • atenção - onde e o que estamos focando?
  • escolha - há discernimento em nossas escolhas?
  • validação - validar é assumir algo como verdade;
  • memória - o que estamos estocando? O que estamos declarando? Toda declaração convicta fica registrada na memória, que a envia para o subconsciente;
  • raciocínio - para o que e para quem estamos dando a nossa razão? Dar razão é julgar que algo está certo;
  • impressionabilidade - impressionar é ver algo com emoção. Quando nos impressionamos, mandamos uma ordem para o subconsciente, que aceita o fato imediatamente;
  • impessoalidade - quando tomamos algo como pessoal, ficamos presos a ele.
Todos esses itens são qualidades que temos, que influenciam o subconsciente, a memória da Sombra e o mental, que é a sua porta de entrada, usa e abusa deles. Daí a necessidade de aprender a usá-los e manuseá-los com perícia por intermédio do aparelho mental.
No mundo astral residem nossos mentores, também chamados de guardiões, anjos da guarda, guias. Como eles percebem nosso mundo, nossas crenças e atitudes, tornam-se personagens valiosíssimos, que podem e têm, entre outras funções, a de nos auxiliar QUANDO A AJUDA FOR INVOCADA. Todavia, essa ajuda restringe-se ao que nosso aparelho mental permite, desta forma, NÃO FAZEM POR NÓS. Sua contribuição, consiste numa ORIENTAÇÃO, num direcionamento, numa boa ideia, e, dependendo do caso, na proteção. Por exemplo, uma pessoa muito irresponsável, negligente, que se abandona, que procura constantemente o apoio nos outros, eles NÃO interferem numa eventual experiência caótica, pois a dor é o único meio que dispõe essa pessoa para “se tocar” e mudar de atitude. Dessa forma, quando você se encontra numa situação adversa sem vislumbrar qualquer saída, peça a ajuda deles.
O mundo espiritual
O mundo espiritual não é o mundo astral, para onde vai nosso Corpo astral após a morte. Lembre-se de que o Corpo astral é um Corpo igualzinho ao Corpo físico, vibrando em outra frequência energética, que habita o mundo astral, o mundo dos espíritos desencarnados. Devido a isso, muitas pessoas costumam chamar erroneamente o mundo astral de mundo espiritual.
É um mundo espiritual, sim, mas outra dimensão. É o mundo do Mental Superior. É o mundo da Sombra e da Luz, onde se tornam possíveis as realizações. É o mundo onde habita o Espírito Uno, por conseguinte, nossa Alma e nosso EU Superior. Isso não significa que ele habite em um lugar separado de nós. Ele está em toda parte, permeando tudo o que existe e, logicamente, no interior de cada um. É por isso que para acessar o mundo espiritual temos de silenciar o mental e ir para o nosso silêncio interior. No silêncio interior, onde existe a presença do nada. O nada que contém a energia divina pura, ainda sem forma à espera de que a utilizemos para lhe dar forma em nossas realizações.
Apesar de o mundo espiritual conter nosso aparelho mental, pois tudo é extensão do Espírito Universal, nessa dimensão ele existe livre, independente de nosso mental. Ao acessá-lo nos sentimos preenchidos com o nada, pois o que preenche é a espiritualidade, não o que se faz. E a espiritualidade não é nada mais do que nosso mental pensa ser. O MUNDO ESPIRITUAL NÃO SE EXPLICA, SENTE-SE. A explicação é uma característica do aparelho mental. O sentir, do espiritual. NO MUNDO ESPIRITUAL NÃO HÁ TEMPO, NÃO HÁ ESPAÇO. TUDO É. TUDO É PAZ E HARMONIA. Não há necessidades, solidão, tristeza, medos, aspectos oriundos das ilusões que alimentamos e que dizem respeito apenas ao nosso mental. Uma vez acessado o mundo espiritual, a gente se sente bem em qualquer lugar, esteja sozinho ou acompanhado. Sentimos que não precisamos de ninguém, que somos completos.
A importância do aparelho mental
Nossa Alma, a ligação com o mundo espiritual, obedece ao mental. Aqui no mundo mental, ou seja, na terceira dimensão, a dimensão dos contrastes necessários para a percepção e a Consciência, a Alma funciona como o contraste do mental, assim  como a cor preta pintada sobre uma tela branca, em que as duas cores vão se destacar fortemente. O aparelho mental é uma invenção da Alma para esta ser percebida. Desse modo, a Alma só é percebida pela existência do mental e vice-versa, daí a importância dos dois. Já no mundo espiritual, onde o SENTIR é que prevalece, o contraste é dispensado, fazendo com que o aparelho mental perca sua função.
No entanto, supondo que a Alma seja a tela branca e o aparelho mental a tinta preta, à medida que formos passando a tinta preta, o branco da tela se esconde. Nossa Alma age da mesma forma. Ela se retrai perante o mental. E se a gente insistir no ponto de vista, ou na atitude, um pedaço dela volta para o mundo espiritual. Os resultados disso já sabemos: desequilíbrio entre a Luz e a Sombra, mais caos, em consequência, mais sofrimento. O que é o desânimo senão a falta de ânimo, de Alma? Quanto mais tempo permanecermos nesse estado, maior será a cristalização da crença e mais difícil se tornará o processo de tomar aquele pedaço da Alma de volta.
O QUE É INSISTIR NO PONTO DE VISTA, NAS CRENÇS, NAS ATITUDES? É ficar na dependência do mundo exterior. É procurar apoio fora. É seguir a coletividade, onde predomina o mental inferior. É se sustentar na consideração dos outros. É se sujeitar à opinião alheia. É se importar com que os outros pensam e dizem a seu respeito. É desistir do que você quer para não ferir alguém. É falar sim com medo de desagradar. É prescindir de seu bem-estar para se doar ao outro em troca do aplauso ou de uma recompensa qualquer, inclusive divina. É responsabilizar o outro pelo que lhe ocorre de bom o de ruim. É se criticar, se julgar, se comparar. É não se aceitar.
Quando se perde um pedaço da Alma por causa do apego a alguém, como numa paixão exacerbada, ou como na partida para outro lugar, inclusive para o astral, a energia vital é canalizada PARA A PESSOA QUE SE FOI
Situações traumáticas como perda de pessoas queridas, abusos na infância, abandonos, acidentes, provocam perdas de pedaços da Alma, resultando em sintomas como vazio interior, solidão, ausência de propósitos, falta de motivação, de interesse e significado na vida.
Há UM EXERCÍCIO muito eficiente PARA SE RECUPERAR os pedaços da Alma, ensinado pelo Calunga, QUE CONSISTE EM PERGUNTAR À ALMA COM QUEM ESTÁ AQUILO QUE LHE FALTA. Por exemplo, se você sente tristeza, pergunte: “com quem está minha alegria?” A falta de alegria é um pedaço da Alma que voltou para o mundo espiritual. Então perceba o motivo de sua tristeza e que pessoa, que fato, que situação está ocasionando essa tristeza. Se foi alguém que se foi, ou alguém que provocou uma situação que o deixou triste, diga, com convicção, sempre com convicção: “essa tristeza não é minha. Fulano de tal devolva-me a alegria que me pertence por direito divino. Eu não sou responsável pelo que lhe ocorre. Pedaço da minha Alma volta para mim.”
FAÇA O EXERCÍCIO até perceber que a tristeza deixou de marcar presença. PROCEDA DA MESMA FORMA COM AS DEMAIS FALTAS. Com que está sua coragem? Com quem está seu amor? Com quem está seu poder? Quem anda mudando seu humor? Para quem está minando seu ânimo? Com quem está sua responsabilidade? Quem levou seu dinheiro? Quem levou sua paz?
O aparelho mental desempenha um papel importantíssimo em nossa vida, pois ele é a porta de entrada e de saída DE TUDO. Sendo assim, tenha-o como se fosse um corpo que precisa de cuidados e de reformas. É preciso deixar o mental, o racional para as suas funções adequadas e oportunas, para as situações em que precisamos de um estudo, de um raciocínio, de uma concentração. “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Sendo assim, o mental e a Alma trabalham em harmonia, em equilíbrio, na dose certa, e a tela preta e branca se revela uma obra de arte.
As forças da Sombra e da Luz se acessam no mundo espiritual, e uma vez acessadas você pode mandar. Seu EU Consciente tem essa possibilidade, pois VOCÊ é o gerente. Você pode exigir respostas claras, objetivas e convictas delas. NÃO ACEITE A DÚVIDA. Assim como é necessária a convicção para desenvolver o poder interior, exija respostas convincentes. A Alma e a Sombra gostam dessa postura, a postura de um gerente com comando e autoridade. Aliás, elas SÓ OBEDECEM ASSIM.
Para acessar o mundo espiritual
O CAMINHA PARA ACESSAR O MUNDO ESPIRITUAL PASSA necessariamente PELA CONVICÇÃO, A CERTEZA ABSOLUTA DO PODER INTERIOR, PELA IMPESSOALIDADE PERANTE OS ACONTECIMENTOS DO MUNDO. Agir de maneira IMPESSOAL é NÃO SE LIGAR EMOCIONALMENTE aos fatos, observando-os como se fosse um filme que está passando. Isso é desapego. É VER TUDO COM OS OLHOS DA ALMA e não do mental. É não ser réu e nem juiz. O mundo espiritual é acessado PELA POSSE DE SI, pela centralização, pelo desapego, pois ele é o centro, ao contrário do mental, quando não disciplinado, que vagueia na periferia, onde predominam as ilusões às quais se apega.
Para ter acesso ao mundo espiritual procure relaxar, largando e se desligando de tudo que aparecer no aparelho mental: as preocupações do dia a dia, as situações em que se envolveu, o trabalho, as obrigações, os relacionamentos, os fatos do mundo. Se o mental insistir, não brigue com ele. AJA COM INDIFERENÇA AOS PENSAMENTOS. EVOQUE AS FORÇAS ESPIRITUAIS. A respiração consciente ajuda bastante. Pense  e SINTA a palavra paz. Pronuncie várias vezes a palavra paz. A paz é branca, solta no nada. Uma vez relaxado e desligado, mergulhe no silêncio interior que se situa na região do peito.
Com um pouco de prática e disciplina, O ACESSO AO MUNDO ESPIRITUAL NÃO LEVA MAIS QUE UM SEGUNDO. BASTA O EU CONSCIENTE ASSUMIR A GERÊNCIA. Ele tem a capacidade de mandar no aparelho mental, assumir o comando e determinar: “quero me ligar no espiritual”.
PERCEBE-SE QUE ESTÁ NO MUNDO ESPIRITUAL PELA SENSAÇÃO. Enquanto o aparelho mental pensa, O ESPIRITUAL SENTE. É uma sensação de amplitude, de liberdade total, de aconchego, de permissividade, de ausência de leis, de domínio, de soberania, de mansidão, de magnanimidade, de santidade, de completude, de não faltar nada, de não precisar de ninguém, uma vontade de não sair dali. Nada, absolutamente NADA nos afeta. As influências do mundo exterior desaparecem. O tempo perde sua função, daí a sensação de eternidade. O aparelho mental não deixa de funcionar, porém, permanece SEM INTERFERIR, subalterno, num patamar inferior.
Ao contrário do mundo mental, no mundo espiritual TUDO JÁ É. NÃO HÁ AÇÃO E REAÇÃO. NÃO HÁ TEMPO E NEM ESPAÇO. NÃO É PRECISO CONQUISTAR NADA. Não precisa plantar para colher, pois já é a fonte inesgotável DE TUDO, absolutamente tudo o que diz respeito à paz, ao poder, ao amor, à saúde, à abundância, à alegria e, só pelo fato de existirmos, TEMOS O DIREITO DE DESFRUTAR de tudo isso. Até porque cada um é o legítimo herdeiro do Criador, OU MELHOR, cada um é Deus: tal Pai, tal filho.
Luiz Gasparetto, “Revelação da Luz e das Sombras”.